O Estúdio Fios Afro vem se consolidando em Teresina como algo mais que um salão de beleza. Fundado em 2019, o movimento surge como “resposta ao apagamento cultural imposto pelo eurocentrismo, com a missão de celebrar a estética afro e desafiar os padrões anteriormente estabelecidos”, como afirma seu fundador, Kelson Fontinele.
O jovem empresário é o rosto, as mãos, o corpo à frente estúdio. Desde as redes sociais, percebe-se o cuidado que ele tem com cada detalhe nas fotos e publicações. Kelson pensa cada trabalho como uma obra de arte, trata cada corte como uma expressão artística singular, afirmativa de identidades, além de uma declaração de resistência para o contemporâneo.
Estúdio Fios Afro
O primeiro espaço físico do estúdio Fios Afro foi fruto do auxílio emergencial - benefício assistencial criado pelo governo federal, durante a pandemia da COVID-19, para brasileiros em situação de vulnerabilidade. Desde então, o lugar tornou-se ponto de encontro, referência, representatividade e valorização da auto-estima para a comunidade negra.

Símbolo de inovação para o mercado, sobretudo conduzido pela juventude negra de Teresina, o salão é especialista em cabelos cacheados e trabalha com cortes, penteados, tranças, locks e outras tendências que realçam a personalidade de cada cliente, com exclusividade para cada tipo de fio. Além disso, a startup disponibiliza cursos, mentorias, atendimentos e consultorias afro estéticas personalizadas para todos os públicos.
Em entrevista concedida ao Centro Acadêmico de Administração da Universidade Federal do Piauí (CAADM/UFPI), Kelson conta que “a coragem levou os créditos da necessidade”, já que o principal plano, com a criação do Fios Afro, era “sobreviver”. Apesar do sucesso do empreendimento, o jovem ainda enfrenta dificuldades para manutenção do espaço.
Em declaração recente, Kelson aparece nas redes rifando o icônico conjunto de sofás do estúdio (modelo Chesterfield) para pagar contas atrasadas e não fechar o estúdio. O vídeo culmina mobilizando uma rede de jovens empresários no que chamaram de um “ecossistema negro”, somando produtos e entregas para a premiação. A iniciativa, apesar de inspiradora, denuncia a dificuldade real enfrentada pelo grupo para manter-se no mercado de trabalho.
O Piauí Hoje solidariza-se com o momento e pede aos nossos leitores, neste mês de consciência negra: não deixe o Estúdio Fios Afro fechar as portas. Conheça a página, agende horário, compre as rifas.
Saiba mais em: www.instagram.com/estudiofiosafro.
Mais conteúdo sobre:
#Fios Afro #Estética Afro #Dia da Consciência Negra #Identidades #Resistência #Ecossistema Negro #Representatividade #Comunidade Negra #Jovens empreendedores #Teresina