Cidade

A LUTA DE ISABEL

Polícia cerca casa e tenta despejar mãe de quatro filhos no bairro Dirceu

Movimentos sociais denunciam violação do direito à moradia

Da Redação

Terça - 25/11/2025 às 09:58



Foto: Imagem enviada ao Piauíhoje.com Polícia Militar está na frente da casa de dona Isabel para cumprir ordem de despejo
Polícia Militar está na frente da casa de dona Isabel para cumprir ordem de despejo

A dona de casa Isabel Vandelene de Sousa, mãe de quatro filhos, enfrenta nesta segunda-feira (25) uma nova tentativa de despejo na residência onde vive há mais de 20 anos, localizada na Quadra 151, Casa 6, em frente à Fundação Bradesco, no bairro Dirceu Arcoverde, zona Sudeste de Teresina. Ela foi surpreendida na manhã de hoje com a chegada da Polícia Militar e de oficiais de justiça. 

 Ana Célia, representante da Frente Popular de Mulheres Contra o Feminicídio, relatou que Isabel é vítima de violência doméstica e que a família do ex-marido quer tomar a casa onde ela mora com os filhos.

Ainda segundo informações de vizinhos e movimentos sociais, os policiais chegaram acompanhados de um chaveiro com a ordem de trocar a fechadura e impedir que Isabel permaneça no imóvel.  O perímetro da casa chegou a ser isolado, e pessoas que tentavam prestar apoio foram impedidas de se aproximar.

Disputa antiga

A casa é alvo de uma disputa judicial antiga movida pelo ex-sogro da dona de casa. De acordo com relatos de apoiadores, o homem nunca morou no imóvel, mas obteve na Justiça uma decisão favorável que já teria transitado em julgado, autorizando o despejo.

Isabel ingressou com um processo de usucapião, alegando posse prolongada e pacífica do local. No entanto, o pedido dela ainda não foi apreciado, enquanto a ação de despejo é mais antiga e chegou primeiro ao fim do trâmite.

Movimentos sociais tentam impedir retirada

A Frente Popular de Mulheres Contra o Feminicídio e Associação de Mulheres do Itararé vêm se revezando em um plantão na porta da casa há meses para tentar impedir o despejo. Contudo, na manhã de hoje, muitas delas participavam da 3ª Caminhada Contra o Feminicídio, realizada no próprio bairro, quando a situação se agravou. Sem a presença das defensoras no local, a equipe judicial avançou para executar a ordem. 

Segundo denúncias, a família de Isabel não tem para onde ir, e movimentos defendem que o imóvel, uma casa popular, tem função social, argumento usado para tentar sensibilizar autoridades.

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