
Os rios de Teresina sofrem com inúmeros problemas decorrentes da ação humana que se tornam mais evidentes nesta época do ano, por conta do período de seca, dentre eles estão: o assoreamento, a ploriferação de aguapés e o alto índice de poluição. A secretaria estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí (Semar) está realizando ações estruturais em defesa do meio ambiente em todo o Estado, mas em Teresina as ações efetivas para com os recursos hídricos ainda são tímidas, tendo em vista a proporcionalidade de degradação dos rios na capital.

Da margem do rio Parnaíba, pode-se avistar os vários bancos de areia, mais conhecidos como coroas, decorrentes do desmatamento da mata ciliar das suas margens, causando o acúmulo de areia no fundo do rio, o assoreamento e com isso a falta de profundidade. No rio Poti, a água parada e a poluição dos esgotos fazem com que se proliferem plantas aquáticas chamadas aguapés, que se alimentam dos agentes poluidores e dificultam a oxigenação da água, impossibilitando assim a vida de outros seres aquáticos. A poluição dos rios é decorrente do baixo índice de cobertura do sistema de esgotamento e tratamento de água em Teresina que só chega a 19%, ou seja, a maioria dos esgotos produzidos na cidade são jogados diretamente nos dois rios. O último dado de pesquisa realizado pelo instituto Trata Brasil mostra que Teresina está entre as seis capitais que mais poluem rios no Brasil, sendo que apenas 14,6 % de sua água é tratada para ser jogada novamente nos rios.

Segundo Romildo Mafra, superintendente de Recursos Hídricos da Semar, até o presente momento, as ações do órgão estão voltadas para a criação de comissões de gestão de barragens e viabilização para a construção de mais seis novas barragens no interior do Piauí que irão ajudar inúmeras famílias.
Está em processo também a demarcação do Parque das Nascentes do Rio Parnaíba, por ser uma área de grande importância para a vitalidade do rio e que sofre um grave processo de degradação devido a queimadas e ação humana, mas essa demarcação já se arrasta há mais de sete anos e não se tem informações sobre a fiscalização do Parque.
Para o rio Poti, existe a proposta de criação de uma unidade de conservação na região do cânion e está em estudo, a construção de uma barragem no município de Castelo do Piauí que vai aumentar a vazão desse rio nos períodos de estiagem onde a água fica parada possibilitando a proliferação dos aguapés. Por ser uma obra de grandes proporções ainda está no papel e ainda está em "estudo".
Em relação às medidas mais efetivas de preservação dos rios na capital, o secretário afirma que é preciso que haja um trabalho conjunto em parceria da Semar, da secretaria municipal de Meio Ambiente (Semam) e do Ibama, por que os rios da capital são de interesse de todos esses órgãos.
"Esses orgãos deviam trabalhar juntos para ver qual a intervenção urgente que tem que ser feita para evitar que nosso rio desapareça, a riqueza do Piauí está nos rios", diz Romildo Mafra.
Fonte: Samuel Brandão