Cidade

Empresas de ônibus de Teresina dizem que só funcionam com ajuda do poder público

Os empresários afirmam que o atual sistema não se sustenta

Da Redação

Segunda - 07/06/2021 às 13:18



Foto: Print da coletiva de imprensa online Otávio Cunha
Otávio Cunha

Representantes do Sindicato das Empresas do Transporte Urbano de Teresina (Setut) convocaram coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (7) para falar sobre a crise no transporte público de Teresina. De acordo com a consultora técnica do Setut, Myrian Rios, a Prefeitura de Teresina tem um débito de mais de R$ 50 milhões com as empresas de transporte.

Os empresários deixaram claro que não conseguem manter o funcionamento das empresas se não houver um repasse por parte da Prefeitura de Teresina. Além disso, defendem a criação de um novo programa para restaurar o sistema de transporte urbano da capital. A proposta consiste em alterar a política de tarifas cobradas atualmente.

Para o presidente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos, Otávio Cunha, o novo programa deverá regulamentar novos modelos de tarifa que sejam justos ao usuário, mas que sirvam também para cobrir os custos do sistema.

 Ainda segundo Otávio Cunha, Teresina vive a pior crise no setor de transporte nos últimos 20 anos. Ele defende que haja uma ajuda emergencial por parte do poder público para garantir que as empresas continuem prestando os serviços necessários à população.

"A situação hoje do serviço de transporte público não se sustenta mais com a forma tradicional de se manter apenas pelo passageiro pagante.  A demanda caiu muito e hoje você não consegue equilíbrio econômico apenas pelo passageiro. Precisa-se resolver a questão de outra maneira. O serviço não se sustenta se não houver uma ajuda, ainda que emergencial, dos poderes públicos locais para permitir que esses serviços não sofram solução de continuidade", afirma Otávio Cunha.

De acordo com o Setut, o descumprimento da Prefeitura de Teresina em relação as regras contratuais referentes aos subsídios tarifários foi o que causou o agravamento da crise no sistema. Um balanço realizado pela entidade, chegou a conclusão de que  débito da Prefeitura com as empresas ultrapassa os  R$ 52 milhões.

Há um saldo devedor de  R$ 21 milhões referente ao acordo relacionado ao período compreendido entre os meses de março a outubro de 2020. Além disso, o Setut também calcula uma débito de R$ 31 milhões referente aos subsídios período de novembro de 2020 a abril de 2021.

O Setut declarou ainda que a atual gestão da prefeitura ainda não realizou nenhum repasse. "A Prefeitura não está pagando por parte um serviço que ela contratou. É importante essa questão ser bem discutida porque quando a gente fala em subsídio, fala em que nível de serviço a prefeitura quer oferecer para sua população", destacou  Myrian Rios.

ENTENDA O CASO

Mas, o problema do transporte público na capital não é novo. Ônibus sucateados, demora nas paradas e preço alto da tarifa sempre fizeram parte da rotina de quem depende do transporte na capital. Teresina já foi palco de inúmeros protestos, inclusive com a queima de veículos, prisões e paralisação do trânsito devido aos serviços ruins ofertados pelas empresas.

Há décadas as empresas são subsidiadas pelo poder público municipal, que fazia repasses vultuosos, mesmo os empresários já tendo incentivos como redução de impostos no diesel, entre outros. Com a redução no número de passageiros devido à pandemia, eles alegam que não têm mais como prestar o serviço a contento e nem mesmo como pagar os salários dos trabalhadores, que estão há meses sem receber em dias.

O serviço praticamente não existe mais. São poucos os ônibus circulando e as pessoas se veem obrigadas a pagar caro por transporte privado ou se arriscar nos clandestinos. Além de pedir mais dinheiro para a Prefeitura de Teresina, os empresários não apresentam nenhuma outra proposta para que os ônibus voltem a circular.

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: