Pela primeira vez, desde o início da pré-campanha e da divulgação de pesquisas, a vitória de Lula é dada praticamente como certa em meios diversos, como no Congresso, entre especialistas e analistas e até mesmo dentro do Palácio do Planalto.
A “performance” de Jair Bolsonaro ontem no Palácio do Alvorada, na presença de embaixadores de 40 países, pode ter sido o fim do seu sonho de reeleição.
Mas mesmo antes desse evento-fiasco, as avaliações são de que Lula caminha para vencer.
Alguns indicadores: Lula tem amealhado apoios diversos, de ruralistas a parte significativa do MDB; congressistas da base do governo admitem – como na consulta do “Congresso em Foco” – a vitória do petista; Bolsonaro começa a dar declaração do tipo “não vou ligar para Lula”, se o adversário vencer, e que “não vou entregar (o governo) de tanque cheio”.
Em nove dias, o presidente sofreu esses dois reveses eleitorais: o assassinato de um militante petista no Paraná por um seguidor de Bolsonaro e, por fim, esse papelão ontem no Alvorada.
A morte do petista em Foz do Iguaçu foi visto como uma materialização do bolsonarismo: um adepto do presidente, gritando seu nome, invadiu uma festa de petista – recheada de enfeites do partido e toalha com rosto de Lula – e matou o aniversariante, tido como uma pessoa tolerante e que recebia até amigos eleitores do atual presidente.
A PEC Eleitoral parece ter sumido do noticiário com essa agenda negativa que atinge o presidente. Nem se tem certeza ainda de seus efeitos eleitorais, se pode mudar de forma considerada o cenário, hoje, todo a favor do petista.
Lula sabe jogar. Não é novidade. Constrói nos bastidores. Não é mercurial como o adversário. Não é Bangu contra o Flamengo, como falou Bolsonaro.
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Fonte: Evandro Éboli/Metrópoles