A Polícia Federal (PF) identificou que uma das reuniões sobre o plano golpista para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes ocorreu na casa do general Braga Netto, em 12 de novembro de 2022.
Braga Netto, durante o governo de Jair Bolsonaro, foi ministro da Casa Civil e candidato a vice-presidente na chapa de reeleição em 2022. Segundo o relatório da PF:
"No dia 12 de novembro de 2022, o tenente-coronel Mauro Cesar Cid, o major Rafael de Oliveira e o tenente-coronel Ferreira Lima se reuniram na residência do general Walter Souza Braga Netto."
Documento "Copa 2022"
Após a reunião, começou a circular entre os investigados um documento chamado Copa 2022, que teria sido aprovado no encontro. O texto detalhava o uso de um grupo de elite do Exército conhecido como "kids pretos" para executar o plano golpista. O documento também mencionava os recursos necessários para a operação clandestina.
Os investigados discutiram o custo de R$ 100 mil para viabilizar a ação, que não foi realizada. Também foi cogitado o uso de militares do Rio de Janeiro. A sede dos "kids pretos" fica em Goiânia.
Outro lado
Procurada, a defesa de Braga Netto informou que não comentará o caso, pois ainda não teve acesso à investigação.
O ex-presidente Jair Bolsonaro não se pronunciou sobre a operação. Em suas redes sociais, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou:
"Por mais que seja repugnante pensar em matar alguém, isso não é crime. E para haver uma tentativa é preciso que sua execução seja interrompida por alguma situação alheia à vontade dos agentes. Sou autor do projeto de lei 2109/2023, que criminaliza ato preparatório de crime que implique lesão ou morte de 3 ou mais pessoas, pois hoje isso simplesmente não é crime. Decisões judiciais sem amparo legal são repugnantes e antidemocráticas."
Fonte: Agência Brasil