O desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga as cidades de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), deixou quatro mortos e ao menos 13 desaparecidos no último domingo (22).
A estrutura, construída na década de 1960, já apresentava graves problemas estruturais identificados em documentos de 2020 e em um edital de concorrência de maio deste ano, divulgado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT).
Em um termo de licitação de 2020, o DNIT indicou fissuras, rachaduras e inclinações nos pilares da ponte, recomendando intervenções para “recuperação, reforço e reabilitação”. Em maio de 2024, o órgão abriu um edital para contratação de serviços de reabilitação da ponte, mas nenhuma empresa foi habilitada e classificada para realizar a obra.
O edital já alertava que a ponte apresentava vibrações excessivas, desgaste estrutural e necessidade urgente de recuperação. “A reabilitação desta OAE [Obra de Arte Especial] se faz necessária para que sua integridade e segurança passem a ser compatíveis com as normas atuais”, dizia o documento.
Além do colapso estrutural, a queda da ponte causou a liberação de cargas perigosas no Rio Tocantins. Cerca de 70 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de agrotóxicos caíram no rio. Amostras de água estão sendo analisadas por órgãos ambientais federais para determinar possíveis contaminações.
Por precaução, o governo do Maranhão pediu que a população e as prefeituras evitem usar a água do rio para abastecimento. A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) estima que 18 cidades nos estados do Maranhão e Tocantins possam ter sido afetadas.
Equipes do Corpo de Bombeiros retomaram as buscas pelos desaparecidos na manhã desta terça-feira (24). O desabamento ocorreu enquanto oito veículos atravessavam a ponte, levando ao colapso completo da estrutura.
O ministro dos Transportes, Renan Filho, sobrevoou a região na segunda-feira (23) e anunciou um decreto de emergência para destinar R$ 100 milhões à reconstrução da ponte. Segundo o ministro, as obras serão iniciadas em 2025, com previsão de entrega no mesmo ano.
Além disso, uma sindicância foi aberta para investigar as causas do acidente e identificar responsabilidades. Técnicos do DNIT estão no local desde o dia do acidente para realizar uma análise detalhada da estrutura e apontar os motivos do colapso.
Fonte: Diário do Centro do Mundo