Brasil

RECUPERAÇÃO

Papa Francisco anuncia extensão de processo de reformas na Igreja Católica por três anos

Decisão marca continuidade de debates sobre mudanças em temas como o papel das mulheres e a inclusão de grupos marginalizados

Da Redação

Sábado - 15/03/2025 às 14:09



Foto: Reprodução/Alberto PIZZOLI Papa Francisco apresenta melhora gradual
Papa Francisco apresenta melhora gradual

O Papa Francisco autorizou neste sábado, 15 de março, a prorrogação por três anos do Sínodo dos Bispos, um processo que visa discutir e estudar possíveis reformas dentro da Igreja Católica. A medida, que será implementada em meio a seu estado de saúde delicado, reflete a continuidade do pontífice em sua liderança e reafirma sua intenção de promover mudanças significativas na instituição.

A decisão também ocorre enquanto Francisco permanece internado no hospital Agostino Gemelli, em Roma, após ser diagnosticado com uma infecção respiratória grave no mês passado.

Segundo informações do Vaticano, o Papa Francisco está em recuperação e, embora ainda não haja uma previsão definida de alta, seu quadro clínico está em evolução positiva. A prorrogação do sínodo é vista como uma demonstração de seu compromisso com a renovação da Igreja, especialmente no que se refere à modernização e inclusão. O processo de debate será estendido até 2028, o que permitirá mais tempo para que bispos, cardeais, religiosos e leigos debatam temas polêmicos e complexos.

O sínodo, que já é uma marca do papado de Francisco, inclui um processo de escuta e síntese, resultando em uma Assembleia-Geral. Nessa assembleia, um relatório com sugestões de mudanças será enviado ao papa para possível implementação. Durante o último sínodo, concluído em outubro de 2023, foram abordados temas como a participação das mulheres, com o documento final sugerindo uma maior abertura à sua presença em cargos de liderança, e a inclusão de grupos historicamente marginalizados, como pessoas LGBTQIA+ e divorciados em novo casamento.

Contudo, algumas questões ainda não foram resolvidas de forma definitiva. Por exemplo, o debate sobre o diaconato feminino, que poderia permitir que mulheres desempenhassem funções de maior responsabilidade dentro da Igreja, como a ordenação para o diaconato, ainda continua em discussão. De acordo com o cardeal Mario Grech, secretário-geral do Sínodo, o processo é um sinal de esperança, conduzido pelo Papa Francisco para reavivar a missão da Igreja, refletindo sua vocação para um futuro mais inclusivo.

Embora não haja propostas concretas de mudanças no catolicismo, o evento está criando espaço para debates mais abertos e participativos. Em relação à comunidade LGBTQIA+, o último sínodo não trouxe grandes avanços, mas incluiu uma referência àqueles que sentem-se excluídos por sua identidade ou situação conjugal.

O Papa Francisco, que tem buscado uma Igreja mais sinodal e menos hierárquica, reiterou que, embora existam questões sensíveis e que exigem tempo para serem discutidas, os debates serão fundamentais para decidir o rumo futuro da Igreja Católica.

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