Pelo menos 64 pessoas foram mortas durante a megaoperação contra o Comando Vermelho deflagrada na manhã desta terça-feira (28/10) no Rio de Janeiro. Entre os mortos, há quatro policiais – dois civis e dois militares. Ao todo, 2,5 mil agentes de segurança saíram às ruas nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da capital carioca. Os criminosos contra-atacaram com barricadas, drones, bombas e tiros.
Até o momento, foram confirmadas 81 prisões. Os policiais apreenderam um verdadeiro arsenal: pelo menos 75 fuzis foram recolhidos. Esta já é considerada a operação mais letal do Rio. Número de mortos na Operação Contenção superou o da ação policial na favela do Jacarezinho, em 2021. Em 6 de maio daquele ano, a incursão na comunidade da zona norte do Rio terminou com 28 pessoas mortas e se tornou a mais letal do estado até então.
No início da tarde, o tráfico orquestrou represálias em várias partes da cidade, que viveu horas de tensão e cenas de guerra. Barricadas, com veículos tomados ou entulho, foram feitas na Linha Amarela, na Grajaú-Jacarepaguá e na Rua Dias da Cruz, no Méier, entre muitos outros locais. Até a última atualização, a ação ainda estava em andamento, com relatos de mais baleados.
Presos durante Operação Contenção nos complexos da Penha e do Alemão
Em função dos múltiplos bloqueios, o Centro de Operações e Resiliência (COR) do Rio elevou o estágio operacional da cidade para o nível 2, de uma escala de 5. A PM mandou colocar todo o efetivo na rua, para tal, suspendeu as atividades administrativas.
Durante entrevista coletiva, o governador Cláudio Castro (PL) afirmou que não chegou a solicitar apoio ao governo federal para essa operação, uma vez que, anteriormente, três pedidos para o uso de blindados foram negados. “Tivemos pedidos negados três vezes. Para emprestar o blindado, tinha que ter GLO (Garantia da Lei e da Ordem), e o presidente (Lula) é contra a GLO. Cada dia é uma razão para não colaborar”, disse.
Como tudo começou
Trata-se de mais uma etapa da Operação Contenção, uma iniciativa permanente do governo do estado de combate ao avanço do CV por territórios fluminenses. Pelo menos 2.500 agentes das forças de segurança do RJ saíram para cumprir 100 mandados de prisão. Na chegada das equipes, ainda no fim da madrugada, traficantes reagiram a tiros e com barricadas em chamas. Um vídeo mostra quase 200 disparos em 1 minuto, em meio a colunas de fumaça.
A Polícia Civil afirmou ainda que, em retaliação, criminosos lançaram bombas com drones. Outros fugiram em fila indiana pela parte alta da comunidade, em uma cena semelhante à disparada de bandidos em 2010, quando da ocupação do Alemão.
Policiais mortos
- Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, de 51 anos, conhecido como Máskara, recém-promovido a chefe de investigação da 53ª DP (Mesquita);
- Rodrigo Velloso Cabral, de 34 anos, da 39ª DP (Pavuna);
- Cleiton Searafim Gonçalves, policial do Bope;
- Herbert, policial do Bope
Prisão de líder
Enquanto a coletiva de imprensa era realizada, o secretário da Polícia Civil, delegado Felipe Curi, recebeu a informação de que o traficante Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como “Belão do Quintugo”, foi preso durante a operação.
Ele é considerado o braço direito de Edgard Alves de Andrade, o Doca, apontado como uma das principais lideranças do Comando Vermelho (CV) na região. O criminoso é chefe do Morro do Quitungo, também na Penha, e responde por uma série de ações criminosas ligadas a tráfico de drogas, comércio de armas e confrontos com quadrilhas rivais.
Participaram da coletiva também os secretários da Segurança Pública do Rio, Victor dos Santos, e da Polícia Militar, Marcelo de Menezes.
Fonte: g1/ Metrópoles/ Uol
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