Brasil

Nunca houve campanha tão suja, mas Bolsonaro vai para casa

A colunista Tereza Cruvinel traçou os principais pontos usados por Bolsonaro para manipular o eleitor

Da Redação

Domingo - 23/10/2022 às 11:15



Foto: Reuters/ Montagem Brasil 247 Lula e Bolsonaro
Lula e Bolsonaro

Tereza Cruvinel/ 247 - Lula obteve neste sábado sua maior vitória contra a guerra suja de Bolsonaro, com a decisão do TSE que, por unanimidade, concedeu-lhe o direito de usar 116 inserções de Bolsonaro para desmentir acusações sórdidas de que é ligado ao crime organizado. Elas serão veiculadas na reta final da campanha mais suja que o Brasil já viu.

E não apenas a tempestade de fake news com que tentam afogar os eleitores na desinformação faz desta a campanha mais suja que já vimos.

Mais de 500 denúncias de fake news chegam todos os dias ao TSE, que agora resolveu romper o sítio e enfrentar o monstro com mais determinação. Dizem elas que Lula tem parte com o capeta, que é ligado a organizações criminosas, que fará banheiro unissex para as crianças, que é milionário, que deu bilhões via BNDES para governos amigos da esquerda, que teve o voto de todos os presos do país (quando só os 5% de não sentenciados votam), que vai liberar o aborto e as drogas, que estimula o uso de crack...Chegaram a fazer montagem da fotografia de ato no Rio, com Lula ao lado de Eduardo Paes e André Ceciliano, trocando a cara deste último pela do bandido Celsinho de Vila Vintém, por sinal solto no atual governo.

Mas não são apenas as fake news. Tem o uso despudorado da máquina governamental, o assédio de empregadores para que empregados votem em Bolsonaro, a transformação das igrejas evangélicas em comitês eleitorais em que os pastores mentem ao fieis o tempo todo e ameaçam excomungar os que não votarem em Bolsonaro, o verdadeiro anti-Cristo.

Até na fachada do Palácio do Planalto, a sede do Poder Executivo que é tombada, Bolsonaro mandou estender uma grande bandeira do Brasil, que difere daquela que deve estar hasteada sempre que o presidente está na casa. Aquela lá, que até o vento, revoltado, derrubou, é peça de campanha.

Patrões mandam chamar os empregados para confirmarem o voto, e depois mandam que levem os carros ao galpão de adesivagem. Quem resiste é demitido. Teve aquele (que o TSE fez retratar) que mandou as funcionárias esconderem o celular na roupa para fotografarem o voto...

Auxílio Brasil turbinado até dezembro, mil reais até dezembro para motoristas de taxis e caminhoneiros, empréstimos consignados irresponsáveis para quem recebe BPC e Auxílio, fontes não permanentes de renda, doações de máquinas pela Codevasf, e bilhões em emendas do orçamento secreto para prefeitos aliados deixarão para Lula um rombo fiscal sem precedentes.

Sim, porque apesar da guerra suja, Bolsonaro será mandado para casa no próximo domingo. Numa democracia sã, este segundo turno já teria sido anulado, porque a campanha está viciada, são muitos os instrumentos usados para manipular e pressionar o eleitor com vistas a um resultado, sem falar nas ameaças de golpe.

Assim mesmo, mais da metade do eleitorado brasileiro marcha para o dia 30, disposta a pôr fim a essa calamidade, para evitar que o Brasil vá à breca e se transforme de vez numa republiqueta religiosa fundamentalista. Republiqueta em que Bolsonará seria ditador e faria a fortuna dos que se juntaram na aliança da extrema direita com o evangelismo negocista. Este plano diabólico não vingará.

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