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POLÍTICA

Medo de "uma 'Lava Jato' das emendas" toma conta de senadores, deputados e prefeitos

Ministro do STF Flávio Dino suspendeu pagamentos e acionou a PF para investigar suspeitas de desvios de recursos, aumentando a tensão no Congresso

Da Redação

Terça - 07/01/2025 às 10:58



Foto: Andressa Anholete/STF O ministro do STF Flávio Dino
O ministro do STF Flávio Dino

A investigação da Polícia Federal (PF) sobre a destinação e transparência das emendas parlamentares, determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, tem causado receio entre os parlamentares. Há um clima de preocupação de que as apurações possam resultar em uma espécie de “Lava Jato das emendas”. Um líder partidário afirmou: "Todo mundo está irritado, mas também com muito medo. Ninguém sabe onde isso vai parar. E não fica só no Congresso. O que falam é em uma 'Lava Jato das emendas'".

No ano passado, o Congresso distribuiu cerca de R$ 50 bilhões em emendas, com critérios considerados insuficientes e, há dois anos, ilegais pelo Supremo Tribunal Federal. A investigação começou com a ministra aposentada Rosa Weber e, atualmente, está sendo conduzida por Flávio Dino, que suspendeu os pagamentos e acionou a PF para apurar indícios de desvio de recursos públicos.

Esses desvios já resultaram em episódios inusitados, como o caso de um vereador que tentou se desfazer de uma mala com R$ 200 mil ao ser surpreendido pela PF. A distribuição dos recursos sempre foi centralizada em figuras proeminentes como o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), o que aumenta a percepção de que as investigações podem criar um ambiente mais hostil entre o governo e o Parlamento.

Além disso, cresce entre os parlamentares o movimento de acusação mútua de malversação de recursos públicos. Um presidente de partido ligado ao Centrão declarou: "A relação entre Judiciário, Governo e Legislativo está tensa e é muito difícil de mudar. As apurações indicam muito dinheiro destinado a entidades inexistentes. Agora que começou a mexer, o Dino indica que vai até o fim. Está difícil projetar um cenário de tranquilidade".

Fonte: Brasil247

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