Durante sua participação no podcast "Inteligência Ltda" na última segunda-feira (24), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que “só passa o bastão depois de morto”. A declaração foi uma resposta a uma postagem do blogueiro Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente João Baptista Figueiredo, que questionou a presença conjunta de Bolsonaro e Tarcísio no dia anterior ao julgamento sobre a denúncia de um suposto plano de golpe que teria sido arquitetado por aliados do ex-presidente.

Bolsonaro, em sua fala, disse: "Eu não vou passar bastão para ninguém. Eu gosto muito do Paulo Figueiredo, acho ele um cara fantástico, mas ele deu uma derrapada aí. Dá a entender que eu ‘tô’ passando o bastão para ele. Eu só passo o bastão depois de morto.”

O governador Tarcísio de Freitas respondeu: “As pessoas, eu acho, interpretam errado. A gente vai estar junto do presidente Bolsonaro neste momento, independente de qualquer interesse.”

Em seguida, Bolsonaro aproveitou para criticar a decisão da Justiça que o tornou inelegível por oito anos, questionando o processo: “Para que esse atropelo? Eu costumo dizer: se eu sou tão culpado assim, por que não seguiu o devido processo legal?”, indagou.

Tarcísio também falou sobre a situação política atual, destacando o apoio a Bolsonaro. "Eles sabem que o Bolsonaro é um ator muito forte. Se fosse para a eleição hoje, ele ganharia. Não tenho dúvida disso. Hoje, muita gente que ‘fez o L’ está desencantada, está decepcionada. Todo mundo está vendo o rumo que o país está tomando. A gente vai estar junto do Bolsonaro até debaixo d’água. Eu acho que eu tenho um papel nisso, que é ajudar o presidente até o fim", completou.

Na mesma entrevista, Bolsonaro mencionou que caberá ao governador Tarcísio indicar um candidato do grupo político ao Senado em 2026. "Eu tenho candidato ao Senado pelo Brasil. São Paulo, a princípio, é o Eduardo [Bolsonaro]. A outra vaga é o Tarcísio que vai indicar”, afirmou. Tarcísio, por sua vez, respondeu: "A outra vaga a gente vai escolher lá na frente. Vamos ver quem é o nome mais viável para representar a direita no Senado."