O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) deu início à transcrição dos áudios e dados das caixas-pretas do ATR-72-500 da Voepass, encontradas intactas após o acidente fatal ocorrido na última sexta-feira (9). A previsão é de que o primeiro relatório da investigação seja divulgado em cerca de um mês.
O acidente com o ATR-72-500 da Voepass, que vitimou 62 pessoas em Vinhedo, interior de São Paulo, no último dia 9, continua sendo investigado pelo Cenipa. As caixas-pretas do avião, encontradas intactas após o trágico acidente, foram encaminhadas ao Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo em Brasília na manhã de sábado (10).
O gravador de voz da cabine (Cockpit Voice Recorder) e o gravador de dados de voo (Flight Data Recorder) estão agora em processo de transcrição e análise. De acordo com a CNN Brasil, a próxima etapa será a análise dos dados extraídos, além do estudo detalhado dos componentes, equipamentos e sistemas do avião.
Na noite de sábado (10), autoridades e técnicos franceses chegaram ao Brasil para auxiliar na investigação, dada a fabricação do modelo ATR-72. Representantes da empresa canadense Transportation Safety Board (TSB), responsável pelos motores do avião, também devem chegar neste domingo para colaborar com a apuração.
Este acidente é o mais grave registrado em solo brasileiro em 17 anos. O avião, que partiu de Cascavel, no Paraná, estava se aproximando do aeroporto de Guarulhos (SP) quando caiu em um condomínio, resultando em uma tragédia que abalou a região e reacendeu a atenção para a segurança aérea.
Nos áudios obtidos pelo Fantástico é possível perceber o drama de moradores, assustados com a queda da aeronave em meio a casa em um residencial na cidade do interior paulista.
"Senhor, acabou de cair um avião aqui perto de casa. Só vejo fumaça preta que passa em cima da minha casa", narra, com voz trêmula, uma moradora à Guarda Civil Municipal.
Em outra gravação, uma mulher mostra não ter certeza sobre o tipo da aeronave acidentada. "Oi, eu tô ligando porque acabou de cair um helicóptero, um avião, aqui no Jardim Florido", diz.
Já um homem descreve o que estava fazendo no momento em que viu o avião despencando no céu da cidade. "Moça, eu tava aqui dispensando o motorista e eu vi o avião descendo."
A advogada Nathalie Cicari, que mora a poucos metros do local da queda, conta que tentou ligar desesperadamente para os bombeiros.
"A linha nem atendia, eu acho que tava congestionada. Mas foi coisa de cinco, dez minutos, começou a chegar resgate, Corpo de Bombeiros, viaturas para apoiar."
Fonte: Brasil 247, G1
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