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MANIPULAÇÃO

Ex-diretores da PRF são indiciados por tentar impedir voto de eleitores de Lula

A ação incluiu blitzes ilegais no Nordeste para dificultar o voto de eleitores de Lula

Da Redação

Quarta - 22/01/2025 às 09:24



Foto: Marcos Corrêa/PR Ex-presidente Jair Bolsonaro com agentes da PRF
Ex-presidente Jair Bolsonaro com agentes da PRF

Quatro ex-diretores da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram indiciados pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (22) por envolvimento em uma operação que visava dificultar o direito de voto de eleitores do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva, durante o segundo turno das eleições presidenciais de 2022.

A ação, que incluiu blitzes ilegais no Nordeste, região onde o petista liderava, é vista como parte de uma trama golpista articulada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e outros membros de seu governo.

Os indiciados são:

  • Luis Carlos Reischak Jr., ex-diretor de Inteligência da PRF;
  • Rodrigo Cardozo Hoppe, ex-coordenador de Inteligência;
  • Djairlon Henrique Moura, ex-diretor de Operações;
  • Adiel Pereira Alcântara, ex-coordenador de Análise de Inteligência.

Entre os indiciados está Bruno Nonato dos Santos Pereira, ex-coordenador de Inteligência e Contrainteligência da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O ex-diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, apontado como o mentor intelectual das operações, já havia sido indiciado e permaneceu quase um ano em prisão preventiva. Vasques é acusado de desviar o papel institucional da PRF para atender aos interesses políticos de Bolsonaro.

Recorde os fatos

Em 30 de outubro de 2022, durante o segundo turno, a PRF realizou mais de 2 milhões de fiscalizações de ônibus no Nordeste, enquanto apenas 571 ocorreram no Sudeste, criando um desequilíbrio nas operações.

As blitzes, realizadas sem justificativa técnica, tinham o objetivo de dificultar o deslocamento de eleitores de Lula até os locais de votação, segundo as investigações. Mesmo após uma ordem do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, para suspender as operações, a PRF ignorou a determinação e manteve as barreiras policiais.

A PF classificou as ações como "desvio de finalidade", indicando que elas foram planejadas para restringir o direito de voto. Os ex-diretores da PRF foram indiciados por crimes de desobediência, prevaricação e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

O relatório com os indiciamentos foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirão se apresentarão denúncia contra os acusados ou arquivarão o caso. Caso condenados, os ex-diretores podem pegar até 6 anos de prisão.

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