Durante sua passagem pelo Brasil, o presidente da China, Xi Jinping, e o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), celebraram acordos que fortalecem os laços comerciais entre os dois países. Um dos destaques foi a ampliação do mercado chinês para produtos agropecuários brasileiros, com a autorização de quatro novas categorias: farinha e óleo de peixe, sorgo, gergelim e uvas frescas.
A exportação de uvas de mesa, em especial, deve beneficiar produtores de Pernambuco e Bahia, que agora terão acesso direto a um dos maiores mercados consumidores do mundo. Para isso, os agricultores precisarão seguir rigorosamente normas de boas práticas agrícolas e registrar suas operações junto ao Ministério da Agricultura.
A China, líder global na importação de farinha de pescado e gergelim, adquiriu US$ 2,9 bilhões e US$ 1,53 bilhão desses produtos em 2023, respectivamente. O Brasil ainda ocupa posições menores no comércio global desses itens, mas tem investido em aumentar sua participação nesses mercados.
Durante a recente visita do presidente chinês Xi Jinping ao Brasil, além de avanços na exportação de produtos brasileiros, foi firmado um memorando de cooperação agrícola. O documento prevê o fortalecimento do uso de tecnologias no setor, a regulação de pesticidas e a busca por maior produtividade e sustentabilidade na agricultura brasileira.
Entretanto, novos frigoríficos brasileiros aptos a exportar carnes para a China ficaram de fora dos anúncios. Apesar do Brasil ter apresentado uma lista de dez plantas frigoríficas em outubro, os protocolos ainda não foram finalizados. Miúdos suínos, outro produto negociado, também não foram incluídos nos acordos.
"O Brasil continua sendo um parceiro estratégico para garantir a segurança alimentar da China, sendo o maior fornecedor de alimentos ao país desde 2017", destacou Lula em declaração à imprensa. A cooperação reforça a importância do agronegócio brasileiro no cenário global.
Apesar da ampliação comercial, o Brasil optou por não aderir integralmente à Nova Rota da Seda, o programa trilionário de investimentos liderado pela China. Em vez disso, os dois países assinaram um plano para alinhar programas de investimento brasileiros ao projeto chinês, mantendo a independência diplomática.
Fonte: Diário do Centro do Mundo