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HOMENAGEM

​ABI dedica 2025 à memória de Vladimir Herzog, vítima da ditadura militar no Brasil

Associação lançará projeto permanente para relembrar o assassinato de Herzog e sua luta

Da Redação com informações da Agência Brasil

Quarta - 29/01/2025 às 08:34



Foto: Wilson Ribeiro/Acervo Vladimir H Jornalista Vladimir Herzog
Jornalista Vladimir Herzog

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) anunciará em 2025 uma série de ações dedicadas à memória do jornalista Vladimir Herzog, assassinado por agentes do Estado em 1975 durante o regime militar. A iniciativa, batizada de “Ano Vladimir Herzog”, incluirá reportagens especiais e uma sessão permanente em seu sitepara relembrar o caso, ainda marcado pela falta de justiça e pela tentativa do governo da época de encobrir o crime com a versão oficial de suicídio.

Herzog foi preso e torturado no DOI-Codi de São Paulo, onde faleceu no dia 25 de outubro de 1975. Sua morte gerou protestos e, ao longo de décadas, o caso se tornou um símbolo da luta pela democracia e contra os abusos da ditadura militar. A iniciativa da ABI conta com o apoio do Instituto Vladimir Herzog (IVH), que possui um acervo significativo sobre o caso, incluindo depoimentos de colegas de profissão que conviveram com o jornalista.

Após a reabertura do caso pelo Ministério Público Federal em 2020, o Estado brasileiro finalmente reconheceu, em 2024, a perseguição política enfrentada pela viúva de Herzog, Clarice, que nunca aceitou a versão oficial e foi alvo de retaliações. Clarice recebeu uma indenização e um pedido formal de desculpas por parte do Governo brasileiro. O caso Herzog permaneceu, no entanto, sem uma solução definitiva até ser denunciado internacionalmente na Corte Interamericana de Direitos Humanos, em 2018.

Vladimir Herzog, nascido na Iugoslávia em 1937, tornou-se um dos jornalistas mais respeitados do Brasil, atuando como diretor de jornalismo da TV Cultura na época de sua morte. Sua morte, inicialmente disfarçada como suicídio, foi uma das primeiras grandes mobilizações contra o regime militar, com um ato ecumênico realizado na Catedral da Sé, em São Paulo, reunindo milhares de pessoas. Em 2012, o atestado de óbito de Herzog foi retificado, reconhecendo oficialmente que ele havia sido vítima de tortura e assassinato.

A ABI, com seu projeto de memória, visa não apenas recordar o assassinato de Herzog, mas também reafirmar o compromisso com a luta pela democracia e pelos direitos humanos, um legado deixado por Herzog e por todos os que, como ele, se opuseram à ditadura militar.

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Fonte: Agência Brasil

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