Olhe Direito!

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Recordações escolares

Escrevo apenas para sugerir que as pessoas puxem pela memória essa parte do passado delas.

Alvaro Mota

Quinta - 06/08/2020 às 11:28



Foto: Divulgação Retorno escolar
Retorno escolar

Todos nós temos recordações da escola. Uns mais, outros menos. Umas boas, outras nem tanto. Mas todos, todos têm, ou pelo menos, deveriam ter uma memória de escola.

Resolvi escrever isso não para citar especificamente um lapso de tempo em minha vida escolar no primário, que era como se chamava antigamente uma parte do ensino fundamental, ou no segundo grau, nome que se dava ao atual ensino médio.

Escrevo apenas para sugerir que as pessoas puxem pela memória essa parte do passado delas. Pode ser um excelente exercício para a gente trazer do passado para o presente alguns dos dias mais felizes de nossas vidas. Há, claro, a possibilidade de as pessoas recordarem coisas que gostariam de esquecer. Tudo bem, mas a parte ruim de nossa memória pode nos servir de guia para aprendizado.

Se há recordações ruins na vida escolar, contudo, ao menos para mim, elas são rarefeitas. Acho que deve ser assim para boa parte das pessoas, porque no ambiente escolar até as transgressões fazem parte de algo bom que temos em nós, porquanto transgredir muitas vezes é se indispor com regras anacrônicas.

Todos nós temos recordações da amizade, do amor que nunca passou de uma aspiração, das brincadeiras de crianças, dos jogos, das atividades escolares em grupo. A escola é um ambiente em que mais do que o aprendizado formal contido em cadernos e livros se constroem relações sociais duradouras. Quantos de nós nos conhecemos há décadas desdes os bancos escolares? Dentro dessas relações sociais, claro, surgem grandes e duradouros laços de amizade a afeto.

Tenho muitas pessoas de meu convívio que conheço desde os tempos escolares. Cada um tendo seguido o seu caminho pela vida, com escolhas pessoais e profissionais que por vezes fizeram com que se mantivessem afastados fisicamente da gente. Porém, aquele cimento da vida escolar mantém um laço que não se desfaz, porque se robustece na memória de tempos fundamentais em nossa formação como pessoas.

Isso tudo posto, me pego a imaginar o quão perderam os estudantes de todas as partes da Terra neste atípico ano de 2020, quando, em razão da pandemia de covid-19 foram suspensas as aulas no mundo todo. De uma hora para outra, bilhões de crianças e adolescentes ficaram em suas casas, tendo aulas remotas, sem o contato social com seus amigos, com uma memória afetiva cortada no todo ou em boa parte. Um prejuízo que não se poderá compensar. Daí porque, a gente fica na torcida para que se possa logo encontrar uma vacina para esse mal, porque ele não afeta a gente só fisiologicamente, ele nos faz cair socialmente doentes.

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Álvaro Mota

Álvaro Mota

É advogado, procurador do Estado e mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Álvaro também é presidente do Instituto dos Advogados Piauienses.

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