Olhe Direito!

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O mundo melhor para todos

O ano com balanço ruim, em que todos nós mais perdemos que ganhamos, vai-se esvaindo como a areia na parte de cima de uma ampulheta

Alvaro Mota

Sexta - 18/12/2020 às 12:44



Foto: Divulgação Tempo
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Estamos na penúltima semana de um ano que para a maioria das pessoas, em qualquer lugar do mundo, foi um ano ruim. Uma contagem de tempo demorada, um passar de horas angustiante pelas condições em que vivemos, com um inimigo à espreita (o novo coronavírus), sem que soubéssemos se estávamos (ou estamos) adotando as medidas protetivas suficientes para ele não nos atingir.

O ano com balanço ruim, em que todos nós mais perdemos que ganhamos, vai-se esvaindo como a areia na parte de cima de uma ampulheta. Nada pode deter o seu fim – que chega com o alívio e a esperança configurada em uma vacina contra  um vírus que poderá nos custar 190 mil vidas ao cabo e ao fim de um período atípico de 366 dias – porque este é um ano bissexto e desejamos que as condições em que passamos por ele sejam muito mais que bissextas, sejam inexistentes no futuro.

Não sabemos se o futuro sem as amargas condições de 2020 será daqui em breve, mas com vacina e terapias resultantes de esforços científicos bem-sucedidos, podemos dizer que 2021 tem a chance de ser um ano mais feliz e mais próspero. Feliz porque estaremos menos susceptíveis às tristezas de roldão que uma doença nos trouxe neste ano que se finda e mais próspero, como certeza, porque a volta à normalidade vai nos dar mais tempo e ânimo para o trabalho e a produção.

Então, não é de todo só uma aspiração boa o desejo que todos temos de um ano novo feliz e próspero. Trata-se não-somente de uma esperança pronunciada como vãs palavras, mas de uma coisa concretizada por esforços de cientistas médicos que com seus estudos produziram vacinas, que em 2021 poderão chegar a bilhões de pessoas, reduzindo os riscos de transmissão da doença, como que libertando a humanidade dessa prisão sem muros.

Há, portanto, boas razões para muita esperança em tempos melhores, mas não basta que a gente espere, que se fie no avanço médico-tecnológico para ter um ano mais próspero e feliz. Precisamos estar imbuídos de um espírito de empatia e solidariedade, dispostos a seguir um conselho muito dito e repetido em mais de dois mil anos pela sabedoria cristã: amar ao próximo como a si mesmo. Sem isso, a gente até avança e segue feliz e próspero pela vida, mas incompletos porque não se pode ter um mundo melhor para uns sem que o mundo seja melhor para todos.

Álvaro Fernando da Rocha Mota é advogado. Procurador do Estado. Ex-Presidente da OAB-PI. Mestre em Direito pela UFPE. Presidente do Instituto dos Advogados Piauienses. Presidente do CESA-PI.

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Álvaro Mota

É advogado, procurador do Estado e mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Álvaro também é presidente do Instituto dos Advogados Piauienses.

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