Olhe Direito!

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Frutas no quintal

Sei do esforço institucional para se manter e até ampliar o número de árvores na cidade de Teresina

Alvaro Mota

Quinta - 27/08/2020 às 09:15



Foto: Pinterest Teresina
Teresina

Teresina é uma cidade verde muito em razão de as pessoas morarem mais em casas que em apartamentos – mesmo que hoje haja muito mais prédios e residenciais de apartamentos que duas ou três décadas atrás. E se isso pode ser bom porque mais pessoas ocupam menos espaços para morar, de outro lado é ruim porque os quintais vão sumindo e com eles vai-se o verde e outra coisa boa: as frutas que se pode colher do pé para comer.

Não sei ou nem mais me lembro de qual a área verde por habitante na cidade de Teresina. Mas deve ser bem grande, se a gente somar as áreas institucionais (praças e parques públicos) e privadas  - os quintais, sobretudo. Segundo a Organização Mundial de Saúde, o recomendável é que cada pessoa tenha disponível 12 metros quadrados de área verde urbana. Se considerarmos a atual população de Teresina (870 mil moradores), seria necessário haver 10,4 milhões de metros quadrados de área verde na cidade.

Sinceramente, não parece fácil se saber se temos tanto espaço verde na cidade, mas podemos dizer que há meios para se fazer com que a gente possa ampliar nossa cobertura de árvores em Teresina – incluindo nas áreas institucionais e nos quintais, parte deles hoje ocupado por cimento. Se cada um das casas de Teresina tiver uma árvore, de preferência frutífera, certamente a gente vai ter garantida uma boa cobertura vegetal urbana por habitante.

Falo sobre isso porque imagino que poderíamos ter uma boa política pública de incentivo ao cultivo de árvores frutíferas. Mangas, cajus, cajás, jacas, laranjas, abacates, acerolas, umbus, jambos e tantas outras espécies frutíferas poderiam ser plantadas nos nossos quintais para a garantia de mais cobertura verde e do sabor dessas frutas em seus devidos tempos de floração e colheita.

Sei do esforço institucional para se manter e até ampliar o número de árvores na cidade de Teresina, mas é razoável se chamar a atenção para a necessidade de que cada pessoa também faça a sua parte para que a cidade tenha mais árvores. Essa é uma necessidade premente em um mundo no qual a temperatura do ar vai em um crescendo.

Esta semana ouvi no noticiário de TV que julho registrou as mais altas temperaturas para um mês semelhante em toda a história. Para nós teresinenses que sabemos de fato o que é um calor de rachar, julho nem é um mês tão quente como os terminados em BRO, de setembro a dezembro, quando a sombra de uma árvore faz uma enorme diferença. E nesse ponto, se a árvore é uma frutífera essa diferença favorável pode vir acompanhado do sabor da fruta.

Temos pela frente o desafio de fazer de Teresina uma cidade com maior área verde para todos. Trabalho do poder público, mas também de cada cidadão comum, que pode cultivar em seu quintal uma fruta, mas também tem a discricionaridade de proteger as áreas públicas e institucionais e de preservação permanente, como as margens de nossos rios. Sigamos cuidando de nossas árvores.

Álvaro Fernando da Rocha Mota é advogado. Procurador do Estado. Ex-Presidente da OAB-PI. Mestre em Direito pela UFPE. Presidente do Instituto dos Advogados Piauienses. Presidente do CESA-PI.

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Álvaro Mota

Álvaro Mota

É advogado, procurador do Estado e mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Álvaro também é presidente do Instituto dos Advogados Piauienses.

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