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Datas marcantes em 2025

A Batalha de Berlim se pode descrever como o confronto final do teatro de guerra na Europa

Alvaro o Mota

Quinta - 30/01/2025 às 13:50



Foto: Museu do Holocausto Judeus húngaro após desembarcarem em Auschwitz II, na Polônia ocupada, em maio de 1942
Judeus húngaro após desembarcarem em Auschwitz II, na Polônia ocupada, em maio de 1942

O ano de 2025 marca algumas datas redondas ligadas ao mesmo evento histórico, a II Guerra Mundial, que para muitos historiadores é tão-somente uma extensão do conflito anterior à I Guerra Mundial, encerrada 107 anos atrás.

As marcas históricas começam com os 80 anos da libertação do campo de extermínio Auschwitz-Birkenau, em 27 de janeiro. O lugar virou símbolo do genocídio promovido pelo nazismo contra judeus. Nesse campo, estima-se que morreram 1,3 milhão de pessoas, 90% delas judias.

A libertação de Auschwitz-Birkenau se sucede a outros dois episódios marcantes da II Guerra Mundial, a Batalha de Berlim, travada em abril de 1945, e o fim em si do conflito, em maio daquele ano – com duas datas comemorativas, uma pelos aliados ocidentais, outra pelos soviéticos.

A Batalha de Berlim se pode descrever como o confronto final do teatro de guerra na Europa, tendo a cidade sido alvo de embate no qual posicionaram-se qual 2,5 milhões de soldados soviéticos contra o que ainda restava do Exército Alemão. Foi nesse cenário que se suicidou Adolf Hitler, o gênio por trás do sucesso e do fiasco alemão na II Guerra Mundial.

Hitler pôs fim à própria vida em 30 de abril de 1945, após casar-se com sua amante Eva Braun. Ele com um tiro na cabeça, ela com veneno cianeto. Os corpos foram incendiados e não há uma versão confiável sobre para onde foram levados – de tal sorte que isso ajudou até a criar teorias da conspiração.

Os dias que se sucederam à queda de Berlim, tomadas por tropas soviéticas foram intensos e violentos. Pouco se fala, por exemplo, que os soldados soviéticos perpetraram até 130 mil estupros e que isso causou a morte de 10 mil mulheres alemãs, vítimas dessa violência e selvageria.

Ainda assim, seguiram-se no campo da política as negociações para os termos de rendição alemã, aceitos incondicionalmente em 2 de maio de 1945. Ocorreu que a divulgação do acordo seria feita em 9 de maio, mas jornalistas ocidentais anteciparam a notícia da rendição para 8 de maio, dando margem a grandes celebrações na Europa Ocidental e nos Estados Unidos. Os soviéticos, porém, mantiveram o dia 9 de maio como o Dia da Vitória.

É preciso que se diga que nas celebrações da vitória de países contrários à ideologia nazifascista – EUA, Reino Unido, França e União Soviética – 80 anos atrás, havia uma gigantesca ausência, a do mais importante líder norte-americano do século XX, Franklin Delano Roosevelt, morto em 12 de abril de 1945. Roosevelt pode ser descrito como o homem que redesenhou o mundo a partir do evento histórico ao qual ele não assistiu, o fim da II Guerra Mundial e a derrota do nazifascismo.

O sucessor de Roosevelt, Harry Truman, que celebrou a vitória aliada no dia de seu aniversário de 61 anos (8 de maio de 1945) seria o responsável por outras três datas marcantes para o fim da II Guerra Mundial: o uso de bombas atômicas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki (6 e 9 de agosto de 1945) e a rendição japonesa, com o fim de um regime militarista-imperial, em 2 de setembro do mesmo ano.

Completam-se, assim, 80 anos do uso de bombas nucleares para impor uma humilhante derrota ao Japão que custou a vida de 250 mil pessoas – imediatamente ou após o bombardeio, pela ação da radiação atômica. Um marco para nos lembrarmos de que a posse dessas armas não torna o mundo mais seguro, tampouco mais justo ou democrático.

Todas as datas marcantes de 80 anos neste ano de 2025, relacionadas à II Guerra Mundial, podem ser uma chance para as pessoas aprenderem a valorizar a democracia, o respeito e tolerância àqueles que pensam ou são diferentes de nós, mas que guardam a importante semelhança de serem todos humanos como somo nós humanos.

Álvaro Mota

Álvaro Mota

É advogado, procurador do Estado e mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Álvaro também é presidente do Instituto dos Advogados Piauienses.
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