Filosofia de Vida

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Falar sobre suicídio é propaganda ou prevenção?

Tudo depende da maneira em como se transmite o acontecimento

Fabiano de Abreu

Sexta - 14/04/2023 às 15:43



Foto: Divulgação Suicídio
Suicídio

Após a publicação do livro “Os Sofrimentos do Jovem Werther” de Johann Wolfgang Goethe, em 1774, que narra a história de um amor impossível que termina em tragédia após o protagonista tirar sua própria vida por não ter a chance de concretizar seu amor, surgiu uma grande polêmica acerca da forma como o suícidio é abordado.

A obra foi acusada de ser imoral e romantizar o suicídio, o que poderia estimular outras pessoas a nutrirem uma aura heroica sobre o ato e estimulá-lo, o que gerou o surgimento do termo “Efetio Wether”.

De histórias mundialmente conhecidas, como “Romeu e Julieta”, a obras contemporâneas de sucesso, como a série “13 Reasons Why”, ambas voltadas para o público infantojuvenil, tratam a temática com uma abordagem controversa, tratando-a como um ato de amor ou recurso dramático.

De acordo com o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, há uma linha tênue entre o incentivo e a prevenção na forma como o tema pode ser apresentado.

“Existe uma teoria de que falar sobre suicídio pode incentivá-lo, no entanto, não tocar no assunto também pode gerar curiosidade e mistério sobre o tema. É importante analisar que  a maioria de casos de suicídio poderiam ser evitados se a situação fosse identificada e direcionada para um tratamento adequado e ajudá-la com apoio, conselhos e empatia, o que não acontece se as pessoas ao redor não conhecerem os sintomas desse tipo de caso”.

“Tudo depende da maneira em como se transmite o acontecimento, para que não seja um marketing, e sim uma prevenção”. Explica o Dr. Fabiano de Abreu.

“A pessoa que se mata não faz isso por querer morrer e sim por não querer mais viver assim. Acredito também no que chamo de "colapso racional" onde a disfunção em neurotransmissores específicos destoa a razão, desconecta a região frontal do cérebro impedindo a prevenção e acionando um instinto autodestrutivo, quando alguém está nesse estado é necessária a intervenção de terceiros para evitar situações mais graves".

“Por isso, ao tratar sobre suicídio, em especial com jovens, é necessário ter bastante cuidado para apresentar o caso com uma abordagem informativa e preventiva, nunca envolta em uma atmosfera dramática, romantica, heroica ou banalizada”. Alerta.

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Fabiano de Abreu

Fabiano de Abreu

Prof. Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues é PhD em Neurociências; Doutor e Mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências; Mestre em Psicologia; Mestre em Psicanálise com formações em neuropsicologia, licenciatura em biologia e em história, tecnólogo em antropologia, pós graduado em Programação Neurolinguística, Neurociência aplicada à Aprendizagem, Psicologia Existencial Humanista e Fenomenológica, MBA, autorrealização, propósito e sentido, Filósofo, Jornalista, Especialização em Programação em Python, Inteligência Artificial e formação profissional em Nutrição Clínica. Atualmente, é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; Membro ativo da Redilat - La Red de Investigadores Latinoamericanos; Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Professor e investigador cientista na Universidad Santander de México, diretor da MF Press Global, membro da Sociedade Brasileira de Neurociências e da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo, nos Estados Unidos. Membro da FENS, Federação Européia de Neurociências; Membro da Mensa International, Intertel e Triple Nine Society (TNS), associação e sociedades de pessoas de alto QI, esta última TNS, a mais restrita do mundo; especialista em estudos sobre comportamento humano e inteligência com mais de 100 estudos publicados.

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