Nos últimos anos, a Europa tem testemunhado um crescimento significativo da extrema direita. Este crescimento foi impulsionado por uma combinação de fatores econômicos, culturais e políticos que têm alimentado o descontentamento entre amplas camadas da população.
A crise financeira de 2008 e a subsequente crise da dívida soberana na zona do euro desempenharam um papel crucial no ressurgimento da extrema direita. A austeridade imposta em muitos países europeus resultou em desemprego elevado, cortes nos serviços públicos e uma sensação generalizada de insegurança econômica. Este cenário criou um terreno fértil para que partidos e movimentos de extrema direita ganhassem apoio, ao prometerem soluções rápidas e radicais para os problemas econômicos.
A crise migratória de 2015 intensificou ainda mais o crescimento da extrema direita. Milhões de refugiados e migrantes chegaram à Europa, fugindo de conflitos no Oriente Médio e na África. Este influxo exacerbou as tensões culturais e sociais, levando a um aumento da xenofobia e do sentimento anti-imigração. Partidos de extrema direita capitalizaram sobre estes medos, utilizando uma retórica nacionalista e anti-imigração para ganhar votos.
O crescimento da extrema direita na Europa traz implicações preocupantes como a erosão dos direitos humanos, o enfraquecimento das instituições democráticas e a promoção de agendas nacionalistas que podem minar a coesão social e a integração europeia. Além disso, o aumento do discurso de ódio e da violência política associada à extrema direita representa uma ameaça real à paz e à estabilidade no continente. No fim, a grande causa deles é a destruição da democracia.
Nesse contexto, as eleições de domingo último na França representaram um momento crucial para a política do país, refletindo as profundas transformações e desafios que a sociedade francesa tem enfrentado nos últimos anos.
A maioria da população parece que entendeu que a extrema direita não trata de questões cruciais para o país ou aponta soluções apressadas que em nada resolve seus problemas. Tratar o problema do desemprego culpando os imigrantes é um exemplo de como o pensamento é raso.
Em outras questões, a corrente sequer aponta caminhos, preferindo achar culpados como imigrantes, comunistas negros e LGBTs.
No Brasil a coisa não é muito diferente.
Os parlamentares de extrema direita preferem abordar temas como aborto e defesa da família e da religião, sem tocar em economia, saúde, educação, etc.
Isso começa a chamar a atenção das pessoas, pois, proibir aborto, saidinhas e maconha não coloca comida no prato nem gera emprego para ninguém.
O filho 03 de Bolsonaro, Eduardo, afirmou que não reconhece sua corrente como sendo de extrema direita. Se ele tem vergonha de admitir isso, imagine se admitiria que é fascista, embora reúna todas suas características. Note-se que alguns parlamentares são claramente nazistas, como temos visto nos debates do Congresso.
Agora, com a derrota na França, os asseclas de Bolsonaro torcerão fervorosamente pela sua grande esperança: a eleição de Donald Trump. Se for derrotado, o fascismo brasileiro só terá como grande exemplo a ser seguido o louco do Javier Milei, aquele que recebeu de Jair Bolsonaro a medalha da honra imbrochável.
E viva a França!
Viva a democracia!