O conflito entre Rússia e Ucrânia já dura quase quatro semanas e algumas coisas interessantes que a mídia ocidental insiste em tentar manter submersas, longe do campo de visão das pessoas contrárias às guerras, começam a emergir à superfície desse mar agitado.
Está comprovado que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, é mesmo um bom ator e deveria cobrar cachê a cada aparição virtual em reuniões da União Europeia, do parlamento alemão e em outros fóruns internacionais, onde todos os presentes se levantam e o aplaudem em pé. Só falta gritarem BRAVO! e pedirem bis. Aqui mesmo no Brasil, a senadora Eliziane Gama está em tratativas para lhe garantir um palco em nosso senado.
Mamãe não devia ter falado, mas falei
Será que já dá pra entender melhor a guerra da Ucrânia
Mas se essa fosse a única característica do líder ucraniano, menos mal.
No domingo, 20 de março, Zelensky partiu para algumas ofensivas, no mínimo, preocupantes.
Nada menos que 11 partidos, a maioria de esquerda, que ele considera terem laços com a Rússia, tiveram suas atividades suspensas, numa atitude claramente ditatorial. Vale lembrar que partidos nazistas não foram incomodados.
Além disso, determinou que todas as emissoras de televisão se unifiquem numa única plataforma de comunicação estratégica que funcionará 24 horas por dia. Imaginem Globo, Record, SBT e Band tendo que abrir mão de suas programações normais para transmitir somente as notícias relativas ao front, numa hipotética guerra, interessantes a nosso presidente.
Claro que há, neste momento, uma lei marcial que impõe medidas duras neste período difícil, mas não há como esconder a personalidade autoritária do presidente, que se aproveita da comoção internacional que o conflito desperta, para ganhar notoriedade, se promover e tentar se tornar um dos principais atores mundiais.
Há ainda que se comentar a manifestação irresponsável de Zelensky ao afirmar que, se as negociações de paz com a Rússia falharem, há a possibilidade de uma terceira guerra mundial.
Ora, primeiro vamos considerar o que a Rússia exige para se retirar da Ucrânia.
Putin não deseja anexar o país ao seu, até porque, se isso for feito, a nova configuração do território vai colocar a Rússia mais próxima das vizinhanças dos países membros da OTAN.
A análise que alguns comentaristas fazem de que Putin quer reeditar a antiga União Soviética está mais para delírio do que possibilidade séria, pois a geopolítica e a atual configuração da Eurásia tornam a hipotética tarefa praticamente impossível, já que a maioria dos países que compunham o bloco já fazem parte da OTAN.
O que Moscou exige é que Zelensky assine um acordo de que não participará da aliança. Somado a isso, quer que ele reconheça a independência dos territórios separatistas de Donetsk e Luhansk, além de aceitar que a Criméia faz parte da Rússia.
Pelas recentes medidas, fica claro, porém, que ele insistirá em não assinar nenhum acordo, preferindo continuar a investir no armamento da população civil e dos mercenários, inclusive brasileiros, que para lá chegam todos os dias para enfrentar até a morte os preparados e super armados soldados russos. Agora nenhum homem com idade entre 18 e 65 anos pode sair do país, sendo obrigado a lutar como soldados. Vemos diariamente pela TV que os ucranianos já enfrentam terrível escassez de alimentos e muitos nem têm como fugir para outros países.
É preciso dizer que, ao contrário do que a imprensa ocidental vem dizendo todos os dias, não há como a Ucrânia vencer essa guerra diante do enorme poderio militar russo. Vimos o desempenho do famoso míssil hipersônico contra o qual não há defesa.
Portanto, é de se perguntar, se a estratégia de Zelensky é mesmo uma estratégia e se sua postura é de sensatez ou de crueldade contra seu próprio povo.
Para que um conflito de proporções mundiais ocorra, é necessário que a OTAN entre na guerra, mas, felizmente, apesar do empenho de Zelensky nesse sentido, a aliança vem dando demonstrações de que não vê a disposição de Putin como um blefe, preferindo distanciamento e cautela para não avançar o sinal.
A insistência para que Joe Biden envie caças à Ucrânia também parece não estar surtindo efeito, já que o presidente americano prefere que os outros batam cabeça enquanto seu país lucra com a venda de armas.
Biden tem se limitado a ofender Putin chamando-o de ditador sanguinário e criminoso de guerra. Moscou tem respondido com ameaças de ruptura, mas isso deve se limitar a apenas retórica.
Após tudo o que foi exposto, será que evitar a terceira guerra mundial está mais nas mãos de Zelensky ou nas de Putin?