O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, está preso já há quase 4 meses. Seus advogados relatam que o quadro geral de saúde física e psíquica é ruim, embora uma avaliação feita demonstre o contrário.
Torres sabe que mesmo que sua prisão preventiva seja relaxada, ao fim do devido processo legal, o que lhe restará será uma pena de 4 a 12 anos acrescida de outras como associação criminosa, por exemplo.
O ex-ministro está tendo uma amostra do que virá pela frente e, se já não consegue suportar 4 meses, o que dirá de muitos anos?
Para ele só há uma alternativa.
Os celulares de Jair Bolsonaro e de seu ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, foram apreendidos e neste momento a Polícia Federal está procedendo à leitura e análise de mensagens trocadas pelos dois.
Anderson Torres optou por declarar que esqueceu a senha de seu aparelho, mas isso apenas dificulta a ação da PF e logo mais ela terá acesso às conversas com seu chefe.
Caso haja mensagens reveladoras da urdidura da tentativa de golpe de estado do dia 8 de janeiro, Torres, Bolsonaro e Cid serão indiciados e se tornarão réus. E a prisão virá com certeza.
Depois disso não fará muito sentido uma delação premiada do ex-ministro. O timing tem que ser agora.
Torres tem uma pequena janela de tempo para negociar com a PF uma redução de pena oferecendo em troca a cabeça de seu chefe como o mandante do crime. E a hora tem que ser agora.
Não é sensato imaginar que Anderson Torres, pressionado por um suposto estado depressivo que o faz chorar o tempo todo, suporte tudo sozinho sem optar por uma tentativa de redução de pena.
Se não delatar é porque Bolsonaro realmente exerce um poder de influência muito grande, talvez apoiado em gente perigosa.