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MEIO AMBIENTE

VÍDEO: Nova ressaca do mar causa prejuízos a bares e restaurantes no litoral do Piauí

Com a destruição dos bares e ausência do poder público o turismo também fica prejudicado numa das áreas mais visitadas do litoral piauiense

Por Luiz Brandão

Quinta - 17/10/2024 às 19:52



Foto: Luiz Brandão Bares atingidos pela ressaca em Maramar, no litoral do Piauí
Bares atingidos pela ressaca em Maramar, no litoral do Piauí

Uma nova ressaca do mar voltou a atingir as praias de Maramar e Macapá, em Luís Correia, no litoral do Piauí, nesta quinta-feira (17.10). Em Maramar, as ondas gigantes fizeram a água chegar até a rua de acesso à praia e causaram grandes prejuízos. Bares e restaurantes foram severamente danificados.

Os estabelecimentos mais afetados foram os bares e restaurantes de "Chiquinho", "Paulo" e "Neguinho do Caranguejo". A água do mar chegou até a rua de calçamento em frente às barracas. 

Bar do "Paulo" foi um dos mais atingidos 

Água do mar chegou à rua de acesso aos bares em Maramar 

No povoado de Macapá, o bar e restaurante do "Matéia" ficou isolado, com o proprietário, José de Arimatéia Lopes da Cruz, de 62 anos, temendo que a maré suba ainda mais, deixando o local completamente submerso.

Essa é a segunda ressaca em menos de 30 dias. No dia 20 de setembro, o fenômeno já havia causado estragos, atingindo pelo menos 13 bares e restaurantes nas praias de Maramar e Macapá, com os maiores danos também registrados em Maramar.

O "Matéia" é o bar dele ficaram dentro da água

Segundo a previsão, as ondas gigantes devem continuar nesta sexta-feira (18) e sábado (19), com expectativa de mar mais calmo somente no domingo (20). As rajadas de vento intensas, comuns nesta época do ano, são características da região, favorecendo esportes como o kitesurf, mas também contribuem para a instabilidade marítima.

Prejuízos e ausência do poder público 

Osvaldo Sousa, de 68 anos, dono de um dos restaurantes mais atingidos, afirma que não há muito o que fazer a não ser aceitar o prejuízo. Ele é um dos que não conseguiu reabrir após a destruição quase total de seu estabelecimento. Como muitos outros comerciantes da área, Osvaldo reclama da falta de assistência do poder público.

Em setembro, após a primeira ressaca, a prefeita de Luís Correia, Maninha Fontenele (PT), enviou uma equipe para avaliar os danos e prometer ajuda, mas até agora nada foi feito. Osvaldo, que é aposentado, apela por apoio do governo, ressaltando o medo de que o mar invada também as casas de veraneio localizadas nas proximidades da praia.

Fenômeno e mudanças climáticas 

A ressaca do mar é um fenômeno natural causado pela instabilidade atmosférica, muitas vezes associada à passagem de frentes frias ou ciclones. Também está ligada às variações das marés e às fases da lua, resultando em ondas de grande amplitude, que podem gerar danos significativos em áreas costeiras. Além de prejudicar a infraestrutura, a ressaca contribui para a erosão e desestabilização do litoral.

Com as mudanças climáticas, esses fenômenos vêm se tornando mais frequentes, afetando de forma severa comunidades litorâneas, como as de Maramar e Macapá. O aumento da temperatura global e o derretimento das calotas polares impactam diretamente no nível do mar, agravando as ressacas e outros eventos extremos.

Luiz Brandão

Luiz Brandão

Luiz Brandão é jornalista formado pela Universidade Federal do Piauí. Está na profissão há 40 anos. Já trabalhou em rádios, TVs e jornais. Foi repórter das rádios Difusora, Poty e das TVs Timon, Antares e Meio Norte. Também foi repórter dos jornais O Dia, Jornal da Manhã, O Estado, Diário do Povo e Correio do Piauí. Foi editor chefe dos jornais Correio do Piauí, O Estado e Diário do Povo. Também foi colunista do Jornal Meio Norte. Atualmente é diretor de jornalismo e colunista do portal www.piauihoje.com.
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