
Senadores e deputados federais do PT de todos os estados estão descontentes com o tratamento que importantes figuras do governo Lula estão dando a políticos e partidos até bem pouco tempo adversários ferrenhos do partido e de Lula, em detrimento do tratamento dado aos pleitos dos petistas.
Está demais. Aqui no Piauí, por exemplo, tem aliado dos governos federal e estadual que só indica a cargos bolsonaristas que foram pras ruas lutar contra a eleição do presidente Lula e para a frente dos quartéis pedir golpe militar contra a posse do petista.
De acordo com um deputado federal do PT do Piauí, essa insatisfação está provocando a criação de um grupo que vai levar ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, um documento sugerindo critérios políticos mais rigorosos para preenchimento dos cargos. "Não se pode encher o governo de adversários e inimigos", disse o deputado ao Blog.
O que está acontecendo com o terceiro governo do presidente Lula é que, para agradar novos "aliados" e garantir a tal da governabilidade, está se alimentando o rato que é de fora e deixando com fome o gato que é de casa. Está se criando uma praga de oportunistas. Ou como diz importante liderança do PT no Piauí: "Estamos chocando o ovo da cascavel".
Os parlamentares petistas constataram que, em todos os estados, cargos do governo federal estão sendo ocupados por bolsonaristas radicais, pessoas que pregaram a intervenção militar e um golpe de estado porque não aceitaram a eleição de Lula e ainda sonham com a volta de um "Jair Bolsonaro" ao poder.
O pior é que petistas legítimos são alvos do chamado "fogo amigo". É o caso do senador Wellington Dias (PT/PI), que foi rifado e quase perde o Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome para político do Centrão, o bloco político mais fisiologista do País.
A articulação política que quase derrubou Wellington Dias contou com a participação do médico paulista Alexandre Padilha, ministro ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. Wellington só não caiu do MDS porque é de estreita confiança de Lula e amigo do presidente.
Os parlamentares federais do PT do Piauí não concordam que mesmo os aliados de primeira hora entreguem os cargos do governo federal para quem fez campanha e ainda é seguidor de Jair Bolsonaro, mesmo que, por dissimulação, tenha deixado de atacar Lula e o PT nas redes sociais.
Como diria meu pai, é até falta de vergonha na cara, coisa de mau caráter, uma pessoa assumir cargo num governo que ela lutou contra.
