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Desprestigiado, PT do Piauí cobra espaços na Esplanada dos Ministérios no Governo Lula

Governadora Regina Sousa teria conversado com Lula e Gleisi Hoffmann sobre as queixas do petistas do Piauí

Luiz Brandão

Sábado - 17/12/2022 às 13:49



Foto: Divulgação Lula, Rafael e Wellington reúnem 50 mil pessoas em Teresina
Lula, Rafael e Wellington reúnem 50 mil pessoas em Teresina

O Partido dos Trabalhadores no Piauí não está nada satisfeito com a falta de reconhecimento de suas principais lideranças pela cúpula petista nacional e cobra espaços no primeiro escalão do futuro governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Fonte fidedigna do PT informou ao blog que coube à governadora Regina Sousa, no início desta semana, cobrar ao próprio presidente Lula e à direção nacional do PT espaços para os petistas do Piauí no futuro governo.

Regina iria a Brasília no início da semana para conversar com Lula e a presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, sobre o assunto. Ela acabou não viajando por problema de saúde. Mas teria telefonado para Lula e Gleisi falando da queixa do PT do Piauí.

Como a grande maioria dos piauienses, a governadora acha que o estado merece ter espaços importantes no governo Lula, no mínimo um ministério de destaque na Esplanada. Maranhão, Ceará e Bahia já estão bem contemplados com suas representações no futuro governo.

Ato com Lula reuniu multidão em Teresina no dia 3 de agostoA campanha

A arrancada da campanha presidencial vitoriosa e que criou a nova "Onda Lula" no Brasil começou no Piauí e pelos esforços das lideranças políticas, principalmente do PT local.

Logo após a confirmação do nome de Lula como candidato a presidente, havia um temor de ataques e violência contra atos da campanha de Lula, o que realmente aconteceu em alguns lugares, como em Minas Gerais.

Como em Minas, aliados e apoiadores de Jair Bolsonaro cuidaram de espalhar na redes sociais que Lula e o PT estavam com medo de sair às ruas. Havia realmente esse temor, motivo de preocupação em quase todas as reuniões da cúpula da campanha, inclusive no Piauí.

Mas essa onda de temor acabou a partir do dia 3 de agosto de 2022, em Teresina, quando um multidão de mais de 45 mil pessoas compareceu à Arena do Povo, na avenida Presidente Kennedy, na zona Leste da capital do Piauí, para ouvir Lula e as lideranças políticas que o apoiaram.

Foi a partir do ato em Teresina que a campanha de Lula ganhou força nas ruas. O medo acabou e o candidato passou a ser recebido com festa e entusiasmo por multidões por onde passava. A "moral da tropa", portanto, é bom lembrar, foi levantada no Piauí.

Foi também naquele ato do dia 3 de agosto em Teresina, que surgiu um dos grandes símbolos da campanha presidencial de Lula em 2022: as grandes bandeiras do Brasil e do Piauí estendidas por sobre o público presente. Desde então o ritual de estender a bandeira se repetiu em praticamente todos os comício do agora presidente eleito.

Lulismo no Piauí

Tanto no primeiro quanto no segundo turno, o Piauí foi o estado que deu, proporcionalmente, a maior votação ao então candidato Lula contra Jair Bolsonaro. No primeiro turno, Lula obteve 74,25 dos votos dos eleitores piauienses. No segundo, esse percentual de votação subiu para 76,86%.

Por causa desse excelente desempenho eleitoral conquistado pelas lideranças do PT no Piauí para Lula, havia a expectativa de que o ex-governador e agora senador eleito Wellington Dias fosse convidado a ocupar importante ministério, mas até agora isso não ocorreu.

Wellington, como se sabe, não pede cargos e espaços pra ele mesmo. O que tem até agora foi conquistado com o próprio esforço e através do voto. Ele foi vereador, deputado estadual e federal, senador e governador do Piauí por quatro mandatos. E se elegeu senador novamente em outubro passado.

Lula e Wellington Dias são amigos desde de 1985
Liderança 

Wellington Dias foi uma das principais lideranças que ajudaram Lula ter uma ampla vantagem sobre o seu adversário Jair Bolsonaro no Nordeste e merece estar no primeiro escalão do futuro governo que ajudou a eleger. Um ministério com viés de atuação politica lhe cairia muito bem.

Mesmo que não fosse com um ministério importante diretamente para o Wellington Dias, o Piauí deveria ser reconhecido com outros nomes na cúpula do Governo Lula. Do jeito que as coisas vão até agora, está claro que nos governos do PT, das esquerdas, o Piauí não tem espaço na Esplanada dos Ministérios.

É preciso destacar que nos chamados governos de direita o Piauí sempre foi muito bem prestigiado, teve poder, ministérios e outros cargos importantes. Petrônio Portella, João Paulo dos Reis Veloso, Hugo Napoleão e Ciro Nogueira são apenas alguns exemplos desse reconhecimento.

Porém, o mesmo não aconteceu para o "estado mais lulista do Brasil", em todos os tempos, quando o PT comandou o Palácio do Planalto. O último piauiense a ocupar um ministério no governo petista foi o senador Marcelo Castro, ministro da Saúde na gestão Dilma Roussef.

E é bom lembrar que, no mesmo Governo Dilma, em meio às crises políticas com o Congresso Nacional, o nome do então senador Wellington Dias chegou a ser sugerido para o Ministério da Casa Civil, mas ela não acatou a sugestão e só recorreu à ajuda mais direta dele quando o processo de impeachment dela estava praticamente sacramentado.

O PT lidera a política no Piauí desde 2002, quando Lula e Wellington Dias foram eleitos.

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Luiz Brandão

Luiz Brandão

Luiz Brandão é jornalista formado pela Universidade Federal do Piauí. Está na profissão há 40 anos. Já trabalhou em rádios, TVs e jornais. Foi repórter das rádios Difusora, Poty e das TVs Timon, Antares e Meio Norte. Também foi repórter dos jornais O Dia, Jornal da Manhã, O Estado, Diário do Povo e Correio do Piauí. Foi editor chefe dos jornais Correio do Piauí, O Estado e Diário do Povo. Também foi colunista do Jornal Meio Norte. Atualmente é diretor de jornalismo e colunista do portal www.piauihoje.com.

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