Saúde

AGORA TEM ESPECIALISTAS

Hospitais com dívidas poderão atender pelo SUS para abater débitos com a União

Hospitais privados e filantrópicos poderão prestar serviços ao SUS em troca de desconto em dívidas com a União

Da Redação com informações da Agência Brasil

Quarta - 25/06/2025 às 11:50



Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil Hospitais poderão trocar dívidas por atendimentos no SUS; edital sai na próxima semana
Hospitais poderão trocar dívidas por atendimentos no SUS; edital sai na próxima semana

Hospitais privados e filantrópicos que têm dívidas com o Governo Federal vão poder prestar atendimentos pelo SUS para abater esses débitos. A nova medida faz parte do programa “Agora Tem Especialistas”, lançado pelo governo para reduzir a longa fila de espera por consultas, exames e cirurgias. A expectativa é que os primeiros atendimentos comecem já em agosto.

O anúncio foi feito nessa terça-feira (24) pelos ministros Alexandre Padilha (Saúde) e Fernando Haddad (Fazenda). O programa também prevê benefícios para unidades que não têm dívidas, mas que quiserem participar: nesse caso, elas poderão ganhar créditos tributários, que servem para descontar no pagamento de impostos.

Segundo o Ministério da Saúde, o edital com as regras para adesão dos hospitais será divulgado até cinco dias após a publicação da portaria, que está prevista para esta quarta-feira (25).

Depois disso, os hospitais interessados poderão se cadastrar e apresentar a lista de atendimentos que podem oferecer, como tipos de consultas, exames e cirurgias. Essa proposta será avaliada pelo Ministério da Saúde, com base na nova tabela do programa, que substitui a antiga tabela do SUS e oferece valores mais atrativos.

Tanto unidades com dívidas quanto as que estiverem em dia com o Fisco poderão participar. Quem tiver débitos poderá abater até R$ 2 bilhões por ano com os atendimentos prestados. Já os hospitais sem dívidas terão limite de R$ 750 milhões por ano em créditos tributários.

O foco do programa é usar a estrutura já existente no setor privado, médicos, salas de cirurgia, equipamentos, para ajudar a atender quem está há meses esperando no SUS. Áreas como oncologia, ginecologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia e otorrinolaringologia terão prioridade. A estimativa é que cerca de 1,3 mil tipos de cirurgias sejam oferecidas por esse novo modelo.

“A ideia é levar o paciente onde está o médico, e não o contrário”, explicou Padilha. Segundo ele, a pandemia causou um grande acúmulo de cirurgias e exames, e a fila ainda é grande.

O que mais está previsto

O programa “Agora Tem Especialistas” também inclui outras ações para acelerar os atendimentos no SUS:

  • Contratação de clínicas particulares;
  • Ampliação de turnos nos hospitais públicos;
  • Unidades móveis de saúde para regiões mais distantes;
  • Atendimento por telemedicina (consultas por vídeo);
  • Criação de centros de câncer;
  • Mais vagas para médicos residentes;
  • Acompanhamento do tempo de espera em cada região.

A meta do governo é chegar a 4,6 milhões de consultas e 9,4 milhões de exames por ano, usando a parceria com o setor privado como reforço à rede pública.

Atualmente, mais de 3.500 hospitais e entidades filantrópicas devem cerca de R$ 34 bilhões à União, segundo o Ministério da Fazenda. Com a nova medida, essas instituições poderão regularizar sua situação e, ao mesmo tempo, ampliar o acesso à saúde para quem depende do SUS.

Fonte: Agência Brasil

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