Saúde

ESTUDO

Cozinhar com gás pode afetar sua saúde dentro de casa, diz estudo

Cozinhar em fogões a gás pode expor moradores a poluição do ar interna acima dos limites recomendados pela OMS

Da Redação

Sábado - 08/03/2025 às 11:07



Foto: Reprodução Estudo revela que fogões a gás aumentam a poluição do ar interno
Estudo revela que fogões a gás aumentam a poluição do ar interno

Um estudo recente revelou que cozinhar em fogões a gás pode gerar níveis de poluição do ar interno superiores aos registrados em algumas das vias mais movimentadas do Reino Unido.

A pesquisa conduzida pela organização Which analisou a concentração de dióxido de nitrogênio (NO2) e partículas finas (PM2,5) em residências com fogões a gás e de indução, comparando esses dados com os índices de poluição da Marylebone Road, em Londres.

O dióxido de nitrogênio é um dos principais responsáveis pelo agravamento de doenças respiratórias, incluindo a asma infantil. Já as partículas finas PM2,5 estão associadas a diversas enfermidades, como câncer de pulmão, doenças cardíacas e até Parkinson.

Realizada em novembro de 2024, a pesquisa identificou que o uso de fogões a gás eleva a concentração de NO2 proporcionalmente ao tempo de cozimento e ao número de bocas utilizadas. Mesmo ao preparar uma refeição em fogo baixo, os níveis desse poluente mais que dobraram. Além disso, uma vez atingido o pico, a poluição permaneceu elevada por várias horas, potencialmente expondo moradores a riscos prolongados.

A investigação também revelou que indivíduos que passam a noite no mesmo ambiente onde cozinharam podem estar sujeitos a níveis de poluentes bem acima dos limites recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em contrapartida, a residência equipada com fogão de indução apresentou apenas níveis de fundo de NO2, atribuídos à poluição externa.

Durante o levantamento, os pesquisadores registraram uma média horária de 33 microgramas por metro cúbico de NO2 na Marylebone Road, enquanto a concentração de PM2,5 em 24 horas foi de 14 microgramas por metro cúbico. Já em lares com fogões a gás, os picos de PM2,5 ultrapassaram 100 microgramas por metro cúbico em diversas ocasiões, com um caso chegando a quase 650 microgramas por metro cúbico. A OMS recomenda um limite médio diário de 15 microgramas por metro cúbico.

Casas monitoradas durante o estudo tiveram, em média, até quatro dias de exposição acima do limite considerado seguro para PM2,5. Os níveis de poluição se propagaram rapidamente pelos cômodos e permaneceram elevados por horas, mesmo quando a medição foi feita em áreas adjacentes. Por outro lado, os índices de PM2,5 retornaram aos níveis normais cerca de 45 minutos após a ventilação dos espaços por portas ou janelas.

Uma pesquisa adicional da Which com mais de 2.000 adultos britânicos revelou que a conscientização sobre a poluição do ar interno ainda é baixa. Apenas um quarto dos entrevistados com fogões a gás demonstrou preocupação com os impactos do uso desses aparelhos na saúde.

Estudo anterior, publicado em outubro de 2023, estimou que a exposição ao NO2 gerado pelo cozimento a gás no Reino Unido está relacionada a aproximadamente 4.000 mortes prematuras por ano, gerando um custo de 15,1 bilhões de libras anuais para a saúde pública.

Fonte: Revista Forum

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