Saúde

PREVENÇÃO

Com pandemia em alta, exames de prevenção ao câncer colorretal caem drasticamente

Em números absolutos, foram realizados aproximadamente 350 mil exames a menos. Os números foram divulgados pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED)

Quinta - 01/04/2021 às 09:28



Foto: Doutíssima Exame de Sangue
Exame de Sangue

Devido à pandemia de COVID-19, em 2020, a procura por um dos principais exames de rastreio do câncer colorretal caiu dramaticamente. Em todo o País, o número de colonoscopias foi 31% menor, se comparado a 2019. A situação é preocupante, uma vez que o câncer colorretal já ocupa o segundo lugar no ranking de neoplasias mais letais para homens e mulheres no Brasil. Nos últimos dez anos, foram identificadas 162.790 mortes e 686.142 hospitalizações causadas pela doença.

Em 2020, o número de exames de sangue oculto nas fezes, que também é importante para o rastreio da doença, caiu 23% em relação a ano anterior. Em números absolutos, foram realizados aproximadamente 350 mil exames a menos. Os números foram divulgados pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), que, em razão da Campanha Março Azul, analisou as bases oficiais de informação do SUS para alertar a sociedade sobre a necessidade de prevenção dessa doença, que atinge o reto e intestino e ainda é pouco discutida no Brasil.

"Os métodos diagnósticos precisam ser oferecidos de forma sistematizada pelo SUS para rastrear os pacientes mais propensos a desenvolver esse tipo de câncer. Quando alterações no reto e intestino são diagnosticadas em estágios iniciais, há possibilidade do médico intervir diretamente e prevenir uma evolução desfavorável, na maioria dos casos", frisa o presidente da SOBED, Ricardo Anuar Dib.

VEJA MAIS:

Nova variante do coronavírus semelhante à da África do Sul é identificada em São Paulo

FMS recebe lote de medicamentos que compõem o ‘kit intubação’ para hospitais municipais

Os dados de mortalidade decorrentes do câncer colorretal, compilados pela SOBED, indicam que, somente em 2019 (último dado disponível), foram registrados 19.685 óbitos por câncer do cólon, da junção retossigmoide e do reto no Brasil. Os casos vêm aumentando, em média, cerca de 5% a cada ano, tendo sido observado um crescimento de 51% em relação aos casos registrados em 2010 (13.070).


Segundo o coordenador da Campanha Março Azul e presidente da Comissão de Ações Sociais da SOBED, Marcelo Averbach, o passo decisivo para mudar o cenário atual é investir em ações de prevenção. "É preciso mobilizar toda a sociedade para reverter com urgência essa grave situação. Somente será possível reduzir os altos números de mortes verificadas no Brasil, se ampliarmos o acesso aos procedimentos diagnósticos. Nesse sentido, o apelo da campanha Março Azul é também direcionado aos governantes e gestores públicos. É imprescindível que o País elabore políticas de saúde com foco no tema, para garantir aos pacientes chances efetivas de tratamento e cura", afirma.

Fonte: Ascom

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: