O prefeito de Porto, norte do Piauí, Aluízio Vaz (PT) está em pé de guerra contra o que chama de "traidores" e agentes de "dupla militância" dentro de sua própria administração. Nesta segunda-feira (01/12), ele começou a fazer uma limpa nos cargos de "infiéis". Exonerou dois auxiliares: Claudevan Silva, secretário escolar, e Juarez Bonfim, assessor técnico, e novas exonerar podem ocorrer em breve.
Segundo informações obtidas pelo portal Piauí Hoje, Aluízio identificou servidores comissionados que estariam sendo cooptados por aliados de outros municípios e prepara uma operação para exonerá-los, visando impor sua autoridade e garantir a unidade do governo, que tem ainda três anos pela frente.
A crise interna teria origem em uma articulação política regional. Conforme os relatos, Francisco da Fetraf, irmão do prefeito de Miguel Alves, estaria, em conjunto com o prefeito de Nossa Senhora dos Remédios, José Fernando, tentando cooptar ocupantes de cargos comissionados na gestão portuense. O objetivo seria direcionar apoio eleitoral a deputados ligados às suas bases já nas eleições de 2026, este eles Átila Lira, do PP.
Os servidores em questão ocupam postos de indicação política e recebem salários considerados expressivos, o que torna a movimentação ainda mais sensível. A reação do prefeito Aluízio, no entanto, foi imediata e dura.
Pessoas próximas ao governo de Aluízio afirmam que o recado foi dado internamente, sem margem para recuo: "Quem contrariar o alinhamento político e administrativo poderá ser exonerado de imediato", garantiu uma fonte ouvida pela reportagem.
A avaliação entre aliados é de que, ao agir com firmeza, Aluízio segue um roteiro já testado por outros prefeitos da região que passaram por dissidências. Eles citam os casos de Vein da Fetraf, em Miguel Alves, que rompeu com Nonato Pereira e foi reeleito; de José Fernando, que se afastou do próprio vice e de membros do PT em Nossa Senhora dos Remédios; e de Jairo Leitão, em Campo Largo, que rompeu com o ex-prefeito Rômulo Aécio e manteve o apoio popular.
"O entendimento é direto, o governo não tem espaço para quem atua com dupla militância, não tem espaço para quem rema contra o projeto municipal", assegurou uma influente fonte local, reforçando o tom de intolerância à deslealdade.
A medida, se concretizada, deve reconfigurar o quadro de confiança do prefeito e sinalizar para a base política a centralização de decisões em sua figura. A gestão Aluízio Vaz parece decidida a cortar pela raiz qualquer ameaça à sua unidade administrativa e ao seu projeto de poder, mesmo que isso signifique um expurgo entre seus indicados.
Assessores demitidos em Porto, no norte do Piauí
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