Política

Piauí tem a 7ª maior perda de qualidade de vida do país

Informações monetárias, não monetárias e avaliações subjetivas foram utilizadas, de forma integrada, para elaborar o índice

Da redação

Sábado - 27/11/2021 às 09:29



Foto: Divulgação População
População

Com base em dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) elaborou o Índice de Perda de Qualidade de Vida (IPQV). Para fazer o cálculo, é feita uma análise conjunta sobre temas relacionados às condições de vida dos brasileiros. O resultado do indicador varia entre zero e um, sendo que, quanto mais próximo de zero, menos perdas. Esse trabalho apontou que o Piauí possui o sétimo maior IPQV do país: 0,213.

Para o Brasil como um todo, o índice é de 0,158. Ou seja, a população piauiense tem uma qualidade de vida inferior à média brasileira. O melhor IPQV é do estado de Santa Catarina, que obteve o valor de 0,100. Por sua vez o estado com o pior indicador de perda de qualidade de vida da população é o do Maranhão, cujo IPQV é de 0,260. Os estados com indicadores de perda de qualidade de vida maior que o apresentado pelo Piauí, além do Maranhão, são: Pará (0,244), Acre (0,238), Amapá (0,224), Alagoas (0,218) e Amazonas (0,216).

Informações monetárias, não monetárias e avaliações subjetivas foram utilizadas, de forma integrada, para elaborar o índice. Nove temas foram considerados: renda, moradia, acesso a serviços de utilidade pública, saúde, educação,  acesso aos serviços financeiros e padrão de vida, alimentação, transporte e lazer e viagem. Para possibilitar comparações adequadas, também foram inclusos na análise fatores individuais e sociais específicos que afetam a conversão da renda em qualidade de vida.

Piauí tem o 6º menor desempenho econômico

Em razão do elevado índice de Perda de Qualidade de Vida (IPQV), o Piauí apresenta também um baixo Índice de Desempenho Socioeconômico (IDS). Os dois indicadores são inversamente proporcionais: quanto mais alto o IPQV, mais baixo o IDS, pois as privações individuais enfrentadas pela população afetam o progresso de toda a sociedade. Para mensurar o IDS, é utilizada uma fórmula que considera a renda disponível familiar e as perdas de qualidade de vida da população.

O valor do IDS piauiense é o sexto menor do país, calculado em 5,462. Apenas o Maranhão (4,897), Pará (5,099), Alagoas (5,264), Acre (5,318) e o Amazonas (5,357) possuem índices inferiores ao do Piauí. O maior IDS é do Distrito Federal, com o valor de 6,970. O Brasil tem indicador médio de 6,201.


Índice de Desempenho Socioeconômico (IDS), segundo as Unidades da Federação (2017-2018)

Fonte: IBGE – Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017 -2018

No Piauí, o baixo IDS reflete as perdas de qualidade de vida em várias dimensões. Cerca de 20,2% do IDS do estado está relacionado às perdas no âmbito do acesso a serviços financeiros e padrão de vida, que envolve despesas com serviços financeiros e empréstimos, avaliação subjetiva da renda familiar e restrições de acesso a eletrônicos e eletrodomésticos.

Em seguida, o IDS do Piauí tem 19,3% do indicador relacionado às perdas na educação. Essa dimensão envolve despesas monetárias e não monetárias com educação, de acordo com o nível de ensino, e avaliação subjetiva do padrão de vida familiar com relação ao tema. Presença de criança ou adolescente fora da escola, pessoas analfabetas e pessoas que não concluíram etapas do ensino básico mesmo com idade suficiente para tal são alguns dos pontos analisados.

E, em terceiro lugar em termos de peso no IDS do Piauí, cerca de 19,2% do indicador está ligado às perdas no acesso a serviços de utilidade pública por parte da população do estado. A categoria analisa despesas e acesso a serviços de necessidades essenciais: água, esgotamento sanitário, luz elétrica, gás, e coleta de lixo. Também considera a avaliação subjetiva da qualidade dos serviços disponíveis.

O IDS do Piauí apresenta ainda a seguinte composição: 16,6% do indicador está relacionado às perdas de qualidade de vida com transporte e lazer; 14,8% relacionado às perdas com moradia e 9,9% relacionado às perdas com saúde e alimentação.

No Brasil, o IDS está mais relacionado às perdas de qualidade de vida concentradas nos âmbitos do acesso a serviços financeiros e padrão de vida (19,5%) e na educação (19,1%). Mas, ao contrário do Piauí, a terceira dimensão com mais representatividade no IDS do país é o transporte e lazer (17,4%), que abrange o equilíbrio no uso do tempo em atividades cotidianas e na jornada de trabalho, assim como a avaliação subjetiva do transporte e do lazer.

Fonte: Ascom IBGE

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