O ex-deputado federal Nazareno Fonteles, figura histórica do PT e pai do governador do Piauí, Rafael Fonteles, destacou a necessidade de o partido retomar pautas fundamentais para a justiça social no Brasil. Durante entrevista ao podcast do Portal Piauí Hoje, Nazareno foi direto: é hora de voltar a defender a renda mínima e enfrentar a elite econômica com a taxação dos super-ricos.
"Não dá para falar em justiça social sem garantir uma renda mínima para quem precisa. Isso é básico. Além disso, precisamos ter coragem de cobrar mais de quem tem mais. A taxação dos super-ricos não é um ataque ao mercado. É uma medida de justiça para financiar políticas públicas e combater desigualdades que estão destruindo nosso país", afirmou.
Fonteles relembrou sua trajetória na política e a defesa histórica do PT por uma renda mínima, citando o pioneirismo de Eduardo Suplicy e a construção de programas como o Bolsa Família. Ele defendeu que o Brasil vá além, com medidas mais amplas para assegurar condições dignas às famílias em situação de vulnerabilidade.
Ele destacou ainda a urgência de taxar grandes fortunas e altos lucros. "Hoje, temos uma elite econômica que acumula riqueza sem produzir nada. Isso é especulação, é rentismo, e prejudica a economia real, que é a que gera empregos e oportunidades. Taxar os super-ricos não é radicalismo, é justiça", explicou.
Fonteles criticou o que chamou de "mercado predatório", dominado por uma minoria que privilegia lucros especulativos em vez de investimentos no setor produtivo. Para ele, é fundamental que o PT retome o debate público sobre essas pautas e mobilize a sociedade. "O Congresso pode ser pressionado, mas é nas ruas que as mudanças começam. O povo precisa entender que essas medidas são para o bem de todos", disse.
O ex-deputado cobrou do PT uma postura mais ousada e coerente com sua história. "É hora de renovarmos nosso discurso e nossas ações. O partido precisa mostrar que continua sendo a voz de quem mais precisa, mas isso exige coragem para enfrentar interesses poderosos e explicar ao povo por que essas lutas importam. Não é só negociar pautas no Congresso, é levar sonhos e propostas para as ruas", enfatizou.Confira a entrevista na íntegra: