O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou um pedido da defesa do general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil, para adiar a acareação com o tenente-coronel Mauro Cid. O encontro está previsto para ocorrer na próxima terça-feira, dia 24 de junho, em Brasília, no âmbito da ação penal que investiga um suposto plano de golpe de Estado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A solicitação foi apresentada pelo advogado José Luis Oliveira Lima, integrante da equipe de defesa de Braga Netto. Ele alegou estar em viagem ao exterior na data agendada para a audiência e solicitou a remarcação. O pedido, porém, foi indeferido por Moraes na noite de terça-feira (17).
Na decisão, o ministro afirmou que Braga Netto possui outros cinco advogados legalmente habilitados no processo. “Qualquer um deles poderá representá-lo no Supremo”, destacou Moraes, que considerou injustificável a suspensão da audiência com base na ausência de apenas um dos defensores.
Inquérito do golpe
Além de Braga Netto, outros militares são investigados no inquérito que apura as articulações de uma tentativa de ruptura institucional após as eleições de 2022. Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, é uma das principais testemunhas do caso e firmou acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal.
Também convocado para a acareação, o general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, informou nesta quarta-feira (18) que desistiu de participar da audiência por videoconferência. Em nota, sua defesa afirmou que ele optou por comparecer presencialmente à oitiva em Brasília, mesmo estando em Fortaleza (CE).
“O general decidiu participar pessoalmente da audiência em razão de seu profundo respeito pelas instituições democráticas e seu elevado senso de dever cívico”, declarou a equipe de advogados.
A acareação foi determinada por Moraes como parte da coleta de provas para esclarecer divergências nos depoimentos prestados por investigados e delatores. O procedimento é considerado estratégico pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pela Polícia Federal no avanço das investigações sobre a suposta tentativa de golpe.
Fonte: Brasil 247
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