Política

“Esqueceram de combinar comigo”, diz Deolindo sobre invasão de professores na Câmara

Vereadores negam ter combinado dar acesso para que manifestantes invadissem plenário da Câmara municipal nesta quinta-feira (12)

Valciãn Calixto

Quinta - 12/03/2020 às 18:27



Foto: Reprodução/WhatsApp Manifestação na Câmara municipal de Teresina
Manifestação na Câmara municipal de Teresina

O vereador Deolindo Moura desmentiu na noite desta quinta-feira (12) suposto acordo entre o vereador Dudu e o presidente da Câmara municipal de Teresina, Jeová Alencar, para que ele (Deolindo) abrisse a porta do plenário, facilitando a entrada dos professores manifestantes que impossibilitou a votação do reajuste de 12, 84% proposto pelo prefeito Firmino Filho para a categoria.

“Não existe isso, se eles tiverem combinado algo, esqueceram de combinar comigo. Essa possibilidade é zero, estão inventando chifre em cabeça de cavalo”, negou durante entrevista ao Piauihoje.com

Circula na imprensa vídeo onde, durante a fala de Joaquim do Arroz, é possível também ouvir uma conversa entre Dudu e Jeová Alencar.

O petista fala: Manda o Deolindo.

Jeová responde: Manda lá, manda lá. Do lado direito.


Supostamente, a orientação seria para que Deolindo abrisse a porta do plenário pela direita, dando acesso aos manifestantes. Se houve, de fato, esse acordo ou não, a porta foi aberta e os professores tomaram o espaço. Os vereadores deixaram o plenário. Deolindo foi empurrado e caiu. A vereadora Teresinha Medeiros chegou a ser agredida e levou um tapa de uma manifestante durante o ato.

Em contato com o presidente da Casa Legislativa, o vereador Jeová Alencar afirmou que há uma tentativa de se tirar o foco da votação e que não combinou nada com Dudu.

"Não tem nada a ver, eu estava dizendo para ele [Dudu] que teríamos duas sessões [para a votação] e que o livro estava aberto para quem fosse levar, o Deolindo perguntou onde estava o livro, eu disse do lado direito. Tão querendo tirar o foco disso aí", afirmou.

A reportagem tentou contato com o vereador Dudu, que não atendeu as ligações.

A votação foi adiada para a próxima terça-feira (17).

A seguir nota divulgada pelo Sindicato dos Servidores Municipais de Teresina (Sindserm) sobre a proposta da prefeitura de Teresina para o reajuste e a greve no ensino municipal.

A Greve da Educação Municipal, iniciada no dia 10 de março, continua por tempo indeterminado. A categoria exige que o reajuste do piso seja feito de forma integral como prevê a Lei Federal 11.738/2008.


O projeto 64/2020, enviado pelo prefeito Firmino Filho (PSDB), foi considerado inconstitucional de acordo com estudo feito por técnicos legislativos da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Os vereadores da base do prefeito Firmino Filho, que já haviam se recusado a abrir um diálogo com a categoria e realizar uma audiência pública para debater a pauta, queriam insistir na votação em urgência do projeto, como solicitou a liderança do prefeito na Câmara por meio da vereadora Graça Amorim, mesmo diante da ilegalidade comprovada, pois o reajuste não pode ser parcelado.


Na manhã desta quinta-feira, dia 12 de março, diante da insistência dos vereadores da base do prefeito em aprovar o projeto inconstitucional, professoras e professores ocuparam o plenário e impediram a votação, exigindo serem ouvidos e defendendo que o reajuste seja concedido conforme determina a Lei federal 11738/2008. Após iniciada a ocupação, muitas são as mentiras e deturpações que estão circulando, incluindo acusações infundadas. A diretoria do SINDSERM Teresina reafirma que a greve continua, mantendo o acampamento na Câmara Municipal com Assembleias diárias, sempre às 8h da manhã. 

O movimento é legítimo, legal e permanece até que o prefeito de Teresina receba a Comissão de Negociação para garantir o cumprimento da Lei que determina reajuste de 12,84%, bem como um calendário de reuniões para discutir a pauta de reivindicações do conjunto dos servidores municipais de Teresina, que não tiveram reajuste no ano de 2019, caracterizando o descumprimento do artigo 37 da Constituição Federal. Por este motivo, o SINDSERM informa ainda que a Greve Geral do Serviço Público Municipal, com todos os servidores municipais, iniciará no dia 18 de março para exigir o cumprimento da Constituição Federal.

Matéria relacionada

Professores invadem plenário da Câmara e vereadora leva tapa de manifestantes

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: