Política

ELEIÇÕES 2022

Datafolha mostra que só tsunami de altas proporções pode tirar eleição de Lula

Em todos os segmentos que Bolsonaro teria de crescer para ameaçar a liderança de Lula ele ou perdeu votos ou ficou na mesma

Da Redação

Sexta - 16/09/2022 às 13:45



Foto: Divulgação Lula em Teresina
Lula em Teresina

Renato Rovai - Há alguns dias bateu um desespero em uma parte da militância petista por conta de pesquisas telefônicas que revelavam uma diminuição da diferença entre Lula e Bolsonaro. Muitos avaliavam que essa diferença viria a ser confirmada pelas pesquisas presenciais, em especial o Datafolha e o Ipec (ex-Ibope), depois do dia 7 de setembro. Isso não aconteceu. Ao contrário.

No Ipec, a diferença que era de 13% foi para 15%. E neste último Datafolha divulgado ontem (15/9) subiu de 11% para 12%. Deve-se levar em consideração que este Datafolha teve campo em 300 munícipios e entrevistou 5.926 pessoas.

É um universo consideravelmente maior que todas as outras pesquisas que variam de 1 mil a 2 mil entrevistados. Ou seja, o tempo passou e a diferença aumentou.

Hoje faltam exatos 16 dias para a eleição. Sendo que a campanha acaba 48 horas antes. Ou seja, Bolsonaro tem 14 dias de campanha e teria de tirar aproximadamente 1 ponto por dia para empatar o jogo.

Isso seria possível se o vento estivesse a favor de Bolsonaro e se ele estivesse conseguindo reverter votos em segmentos importantes e que poderiam influenciar o resultado geral. Vou dar alguns exemplos.

Se Bolsonaro tivesse disparado entre aqueles que têm ensino superior isso poderia ser uma ameaça por conta da capacidade deste grupo em influenciar outros. Isso não aconteceu. Bolsonaro tem 38% e Lula 36% neste segmento.

Se a rejeição de Bolsonaro tivesse diminuído significativamente. Ao contrário, ela aumentou de 51% para 53%.

Se ele tivesse virado o jogo no Sudeste e houvesse a possibilidade de uma grande virada na região onde votam 43% dos brasileiros. Aconteceu o contrário. A diferença que era de 5% a favor de Lula foi para 9%, 43% a 34%.

Se ele estivesse crescendo muito entre os mais pobres, grupo da maioria dos eleitores. Cresceu apenas 1%. Poderia listar aqui mais uma meia dúzia de ameaças, mas em todas o resultado seria o mesmo.

Nem entre os evangélicos o resultado de Bolsonaro foi, diríamos assim, alvissareiro para a campanha do ex-mito. Lula diminuiu a diferença neste segmento em 6%.

Ainda não dá pra cravar que a eleição presidencial vai se encerrar no dia 2 de outubro, mas as chances são grandes. De qualquer forma, em havendo 2º turno, Bolsonaro terá que lidar com todos esses problemas. Ou seja, suas chances são mínimas. Muitíssimo pequenas. E ele precisa do que Nelson Rodrigues chamava de Sobrenatural de Almeida para virar este jogo. Aliás, talvez nem o sobrenatural seja suficiente. Só uma imensa tsunami politica, com muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo, poderia alterar o resultado que está se tornado óbvio: Lula assume o governo no dia 1º de janeiro de 2023.

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: