A Câmara dos Deputados aprovou, na noite dessa quarta-feira (10), a suspensão por seis meses do mandato do deputado Glauber Braga (Psol-RJ). Foram 318 votos a favor, 141 votos contra e 3 abstenções. A penalidade foi adotada como alternativa à cassação do mandato, defendida pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.
A medida foi formalizada pela emenda apresentada pelo Partido dos Trabalhadores (PT), que substituiu a sanção de perda definitiva do mandato (e consequente inelegibilidade) por uma suspensão temporária.
Glauber Braga foi acusado pelo partido Novo de ter faltado com o decoro parlamentar ao expulsar da Câmara, em abril do ano passado, com empurrões e chutes, o então integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) Gabriel Costenaro. O incidente foi filmado.
Em sua defesa, Glauber afirmou que agiu contra Costenaro após sofrer perseguição por parte dele e por ofensas proferidas por ele contra sua mãe, que sofria com mal de Alzheimer avançado.
Em discurso no Plenário, Glauber Braga disse que não se arrepende de sua atitude e questionou classificá-la como destemperada. "Ação destemperada de quem aguentou por sete vezes consecutivas um provocador vindo atrás de mim nos espaços públicos e dizendo tudo o que disse de minha mãe", afirmou.
Emocionado, Braga reforçou que não renunciou a suas convicções ao longo do mandato e tem claro que sua cassação, se aprovada, não estaria relacionada à acusação, mas às suas críticas sobre aplicação de emendas parlamentares.
Braga também criticou o que classificou como "falsa simetria" entre seu caso e o de outros parlamentares que estão com processo de cassação adiantados. "Do ponto de vista prático, Carla Zambelli já está cassada, porque já tem decisão do Supremo Tribunal Federal que retira seus direitos políticos, deputada presa na Itália pelos crimes cometidos", disse.
Fonte: Com informações da Agência Câmara