Medida restritiva de liberdade, a internação involuntária (contra a vontade) de pessoas viciadas em droga é desaconselhada pela maioria dos profissionais que atua na área de saúde mental. No entanto, o ministro da Cidadania, Osmar Terra, “descobriu” o melhor jeito de acabar com a Cracolândia.
Para ele, autor do projeto que altera a Lei de Drogas, considerado um retrocesso por especialistas, o Brasil vive uma “epidemia” de drogas e é preciso “endurecer” as leis que regem o tema. Por isso, ele defende a internação à força.
“A gente acrescentou a internação involuntária (na Lei de Drogas). A família pede e um médico avalia e interna essa pessoa, para desintoxicar. A desintoxicação se dá em média em 21 dias. Qual é a vantagem disso? Aquele menino que está na Cracolândia e fuma uma pedra de crack a cada 15 minutos está com uma confusão mental enorme. Ele não tem condições de decidir se vai se tratar, o que vai ser da vida dele. Largou tudo, a família, o trabalho, está só em função da pedra. Esse menino, num estado de confusão mental, se a família dele pedir para internar e o médico achar que ele tem que se internar para a desintoxicação, aí sim. Desintoxicou? Aí acabou a internação involuntária e vai se discutir com ele a necessidade do tratamento”, afirmou Terra, em entrevista para O Globo.
O ministro de Bolsonaro vai mais além e quer que seja aplicada internação à força em massa: “Acho que pode ser uma solução, ajudaria a diminuir a população da Cracolândia, que hoje se interna só se quer ou se tiver um processo na Justiça, em que o juiz vai decidir se interna ou não”.
Fonte: Revista Fórum