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Piauienses são resgatados em condições análogas à escravidão em fazendas de cana em MG

No total 270 pessoas foram resgatadas, sendo 13 piauienses

Da Redação

Terça - 01/02/2022 às 15:17



Foto: Divulgação Trabalhadores piauienses são resgatados em Minas Gerais
Trabalhadores piauienses são resgatados em Minas Gerais

O Ministério Público do Trabalho de Minas Gerais resgatou 13 piauienses em fazendas de cana de açúcar na região do Triângulo Mineiro, em Minas Gerais. Uma reportagem exibida no Fantástico, da Rede Globo, mostrou que na semana passada aconteceu a maior ação de resgate de trabalhadores dos últimos anos no pais. Foram 270 pessoas encontradas trabalhando em situação análoga à escravidão.

O alojamento dos trabalhadores não tinha o básico para se viver. Não havia cama ou móveis — as pessoas tinham que pendurar suas roupas em pregos ou guardá-las em sacolas. Os fiscais encontraram vinte e seis infrações às normas trabalhistas.

Dentre os resgatados, 13 eram piauienses, sendo seis de União, a 54 km de Teresina. Eles estavam menos de um mês no local e irão receber o seguro desemprego garantido por lei quando são resgatados em situação de escravidão. 

De acordo com a reportagem do Fantástico, o salário pago pela empresa não o mesmo que foi  prometido aos trabalhadores. Os trabalhadores foram recrutados nos estados da Bahia, Maranhão, Paraíba, Piauí e Pernambuco. No entanto, essa foi apenas uma das 26 infrações trabalhistas registradas pelo MPT durante a operação.

"Prometeram R$ 3 mil de salário e acabamos recebendo R$ 1.100, no máximo R$ 1.200", disse Cássio Jesus de Souza, trabalhador resgatado que mora em União.

Em outro alojamento fiscalizado pelo MPT, o Fantástico também flagrou condições degradantes. Na casa, os cômodos não tinham o básico para os trabalhadores.

Não havia geladeira ou móveis para que os moradores pudessem guardar os pertences pessoais. Muitos dormiam em colchões no chão, lugar onde também ficavam as panelas ao lado dos instrumentos de trabalho.

"Aqui nós chegamos a ficar em até 27 pessoas. Alguns dormiam na área do fundo porque não cabia lá dentro", afirmou um dos moradores da casa, Eugênio Ferreira dos Santos.

A água que os moradores bebiam e levavam para o trabalho era retirada de uma torneira nos fundos da casa. Não havia nenhum tipo de filtragem e o líquido era turvo.

"Como que o cara vai embora sem recursos? Se a gente tivesse o dinheiro já tinha ido faz tempo", explicou Eugênio.

Nas fazendas, os auditores-fiscais do Ministério Público do Trabalho encontraram outras irregularidades. Não havia espaço adequado para que eles pudessem realizar as refeições, que eram feitas no chão.

A água era pouca e a mesma turva que os trabalhadores levavam dos alojamentos. O líquido sempre armazenado em garrafas sujas.

Fonte: Com informações de Clique União

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