
O ator Pedro Cardoso, de 62 anos, se manifestou na quinta-feira (5) sobre a polêmica envolvendo o comediante Leo Lins, de 42 anos, condenado a 8 anos, 3 meses e 9 dias de prisão por discriminação e discurso de ódio durante um show de comédia.
Conhecido por seu papel como Augustinho Carrara em A Grande Família, Pedro Cardoso criticou Leo Lins e o atual cenário da comédia. Para ele, o stand-up comedy se transformou em uma plataforma para espalhar discurso de ódio e ideologias fascistas, tudo sob o pretexto de liberdade de expressão.
Pedro, então, recomendou a leitura de um artigo do jornalista Aquilo Argolo, que ajuda a entender melhor o problema. "As palavras de Argolo nos mostram a força da violência racista no Brasil e a reação positiva a ela", afirmou. Ele comparou o stand-up a um "ninho" onde se espalham ideias fascistas.
O ator global também afirmou que nem todos os comediantes são assim, mas muitos têm usado o humor para espalhar mensagens de fascismo. "Alguns comediantes disfarçam um discurso político agressivo de entretenimento", disse.
Além disso, Pedro Cardoso defendeu o teatro, pois muitos defensores de Leo Lins tentaram comparar suas falas a personagens teatrais, alegando que todos deveriam ser tratados da mesma forma quando fazem piadas preconceituosas. "O teatro é um lugar de provocação e debate, mas agora é visto como um palco para agressões", comentou.
Ele também argumentou que comediantes devem ser responsabilizados pelas coisas que dizem, especialmente quando suas falas não são ficcionais, mas refletem suas próprias crenças. Para ele, existe uma grande diferença entre um personagem de ficção e uma opinião disfarçada de humor.
"Não há problema com o que um personagem diz em uma ficção, mas quando o comediante fala como se fosse ele mesmo, isso deixa de ser ficção", disse Pedro. Ele também lembrou que, embora as letras de músicas ou falas de personagens não sejam crimes, piadas de racismo ou misoginia devem ser condenadas quando não são parte de uma ficção.
Leo Lins foi condenado por suas piadas preconceituosas, que afetaram principalmente pessoas negras, com deficiência, da comunidade LGBTQIA+, gordas e estrangeiras, como judeus e outras nacionalidades marginalizadas.
Fonte: Terra