Fiscais flagram captação de água e outros crimes ambientais na Lagoa do Portinho

Foto: SECOM/PI

Militar do Batalhão Ambiental retira redes da Lagoa do Portinho

Uma operação de fiscalização ambiental intensificou a vigilância na Lagoa do Portinho, cartão-postal do litoral piauiense conhecido pela rara beleza das dunas que encontram as águas. A ação, que segue até sexta-feira, já identificou crimes graves, como captação irregular de água e supressão de vegetação nativa, agravando os impactos do recuo do nível da lagoa, que preocupa o estado.

A força-tarefa é composta por agentes da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semar), do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA/PMPI) e da 2ª Companhia Independente de Policiamento Ambiental (2ª CIPA). Além da captação de água para uso residencial, os fiscais constataram desmatamento em Área de Preservação Permanente (APP) – crime que fere diretamente a proteção natural do ecossistema – e apreenderam redes de pesca predatória, prática proibida durante o período do defeso, quando os peixes se reproduzem.

Captação Ilegal e estiagem

Embora a captação de água identificada seja para uso residencial e, segundo a equipe técnica, não seja a causa principal do recente recuo da lagoa, a prática é uma infração ambiental que soma-se à forte estiagem que atinge a região. Dados do Monitor de Secas do Nordeste, vinculado à Agência Nacional de Águas (ANA), indicam que o Piauí tem enfrentado períodos de seca extrema, com significativa redução nos índices pluviométricos. A falta de chuvas é apontada como o fator primário para a diminuição do volume de água, mas as captações ilegais intensificam a pressão sobre o recurso hídrico já escasso.

Eduardo Ganassoli, auditor ambiental da Semar, alerta para a sensibilidade do local. “A Lagoa do Portinho é muito sensível. Qualquer irregularidade, por menor que pareça, pode provocar impactos importantes. Nosso trabalho é impedir que essas práticas se repitam e comprometam ainda mais esse ecossistema”, afirmou.

Compromisso com a preservação

O secretário estadual do Meio Ambiente, Feliphe Araújo, reforçou que o Estado vai responsabilizar todos os envolvidos em danos ambientais. “Nós ampliamos a fiscalização e vamos responsabilizar qualquer pessoa que cause dano ambiental na Lagoa do Portinho. É uma área de enorme importância ecológica e turística. Nosso compromisso é proteger este patrimônio do Piauí”, declarou.

A cena da lagoa, imponente e silenciosa entre as dunas, contrasta com os problemas encontrados. A mensagem das autoridades, no entanto, é clara: a vigilância será constante para garantir que a beleza da Lagoa do Portinho não vire apenas uma lembrança, mas uma permanência para as futuras gerações.