
Após conquistar mais de dez prêmios e uma homenagem no Prêmio Empreendedor Social 2025, os jovens Wenner Batista e Andressa Muniz encaram um novo desafio: transformar o projeto Fonte Viva, um sistema de resfriamento que reduz em até 8°C a temperatura das casas, em um produto viável para o mercado. A dupla agora busca parcerias para estruturar a iniciativa como um empreendimento social. Os dois foram entrevistados pela jornalista Malu Barreto no Podcast Piauí Hoje e deram mais detalhes sobre o projeto.
A ideia é desenvolver um kit acessível e fácil de instalar, tornando a tecnologia disponível para a população que mais sofre com as altas temperaturas em Teresina.
"A gente precisa fazer uma estruturação para formar um kit, por exemplo, de mão de obra, para aplicar o projeto em mais casas e trazer impacto para pessoas em situação de vulnerabilidade social", explica Wenner Batista.
O passo decisivo para o empreendedorismo vem após uma trajetória de reconhecimentos. O projeto Fonte Viva, que reaproveita a água da lavagem de roupas para resfriar telhados, já foi premiado nacionalmente e internacionalmente, inclusive representando o Brasil na Genius Olympiad, nos Estados Unidos. Agora, o destaque é a homenagem como "Jovens Transformadores pelo Clima" do Prêmio Empreendedor Social 2025, da Folha de S.Paulo com a Ashoka, no próximo dia 30 de setembro, em São Paulo.
VEJA COMO FUNCIONA O PROJETO FONTE VIVA
O projeto surgiu em 2023 dentro do programa Pioneiros, da empresa Águas de Teresina, observando uma prática bastante observada nas comunidades. "É muito comum que as pessoas coloquem uma mangueira no terraço com água potável para mitigar o calor. Pensamos: por que não utilizar uma água que está sendo descartada?", relembra Andressa Muniz.
O sistema é simples e de baixo custo, orçado em cerca de R$ 300: a água de máquinas de lavar ou tanques é filtrada, bombeada para o telhado por um cano perfurado e escorre de volta para um reservatório, criando um ciclo contínuo de resfriamento.
Para a dupla, o maior prêmio é saber a melhoria na qualidade de vida para as famílias de baixa renda. "Levar dignidade, levar saúde para essas pessoas que não têm condições de ter um ar-condicionado faz toda a diferença. Esse é o nosso orgulho", destaca Andressa.
Da venda de balas na rua à Nova York
Ao lembrar o começo dessa história, a estudante Andressa Muniz sempre se emociona. Ela revelou que a virada em sua em sua vida começou em 2023, quando tinha acabado de chegar do interior, a mãe desempregada e estava vendendo balas na rua.
“Lembro de ter pedido uma oportunidade para Deus para fazer valer a pena”, conta.
Foi então que conseguiu uma vaga na escola de tempo integral CETI Joca Vieira e, por meio da indicação do professor Cláudio, foi selecionada para o programa Pioneiros. “O programa transformou não só a minha vida, mas também a da minha família inteira", relata a jovem, que hoje tem um emprego na área.
A vida de Andressa sempre foi marcada pela dedicação aos estudos. "Desde o ensino fundamental, sempre fui muito dedicada. Consegui uma bolsa em escola particular através de medalhas em olimpíadas de matemática", revelou a estudante, mostrando que o sucesso atual tem raízes em anos de esforço.
Essa mesma determinação se refletiu na parceria com Wenner Batista. "A nossa dupla surgiu durante o projeto. Criamos uma cumplicidade onde um sempre segurou a mão do outro, seja na hora de apresentar o projeto aqui ou até mesmo para embarcar para os Estados Unidos", lembrou Wenner, destacando a força da parceria que se tornou uma amizade.
A viagem para Nova York, aliás, foi um presente à parte. "Para mim, foi a realização de um sonho que eu jamais imaginei. Estar em Nova York, representando o Piauí na Genius Olympiad foi incrível", contou a estudante.
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