O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) anunciou, nesta quarta-feira (6), as 923 cidades das regiões Norte, Nordeste, norte de Minas Gerais e Mato Grosso que mais melhoraram as políticas públicas municipais para crianças e adolescentes entre 2021 e 2024. Essas cidades, com mais de 8 milhões de jovens até 19 anos, receberam o Selo Unicef em reconhecimento ao progresso feito em áreas como educação, saúde, proteção contra violências e imunização.
Nos 923 municípios certificados, a cobertura da vacina Tríplice Viral D2 aumentou 17,7% (de 56,4% para 66,4%), superando a média nacional, que subiu apenas 2,6%. Luciana Phebo, chefe de Saúde do Unicef, celebrou os esforços dos municípios, que ultrapassaram os muros das unidades básicas de saúde, levando a vacinação também a escolas e CRAS, embora ainda haja muito a ser feito para atingir a meta de 95% de cobertura da OMS.
O abandono escolar foi reduzido em 47% nos municípios com o Selo Unicef, comparado a uma queda de 38% na média nacional. A diminuição no abandono é vista como essencial para garantir que mais crianças e adolescentes tenham oportunidades para um futuro melhor, livre de pobreza e violência. Mônica Dias Pinto, chefe de Educação do Unicef, ressaltou que esse resultado é crucial para que mais meninas e meninos possam ter trajetórias de sucesso.
As cidades premiadas também mostraram avanços significativos no registro de casos de violência contra crianças e adolescentes. O uso do Sistema de Informação para Infância e Adolescência (Sipia) aumentou 60 vezes nos municípios certificados, com registros de 109.947 casos em 2023, em comparação aos 1.775 casos de 2020. Isso foi fundamental para tirar a violência da invisibilidade e garantir a proteção de mais crianças. Vanessa Wirth, chefe interina de proteção à criança do Unicef, destacou que, com esses registros, a rede de proteção pode ser acionada mais rapidamente.
Essas 923 cidades são exemplos de como a gestão pública local pode melhorar a vida das crianças e adolescentes. O Selo Unicef reconhece esses avanços, mas também chama atenção para a necessidade de continuar o trabalho de promoção dos direitos da infância e adolescência, especialmente em regiões vulneráveis, como o Semiárido e a Amazônia Legal.
Fonte: Agência Brasil
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