Economia

PAGAMENTO INDEVIDO

TCU aponta pagamento de R$ 2,7 bilhões a pessoas já falecidas

Auditoria apontou diversas falhas na base de dados das informações de óbitos do Sistema Nacional de Informações de Registro Civil (Sirc) que permitiram os pagamentos indevidos entre 2016 e 2024.

Da Redação

Quarta - 23/07/2025 às 19:05



Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil Edfício sede do INSS
Edfício sede do INSS

Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) revelou que, entre 2016 e 2024, R$ 2,7 bilhões foram pagos a pessoas mortas, sendo 91% desse valor relacionado a benefícios previdenciários.

O relatório destaca falhas graves na base de dados do Sistema Nacional de Informações de Registro Civil (Sirc), responsável por registrar óbitos no país. De acordo com o TCU, o sistema não abrange todos os registros e cerca de 13,1 milhões de mortes não foram informadas à plataforma, permitindo que pagamentos indevidos continuassem por anos.

Somando os valores de 2000 a 2015 (R$ 1,7 bilhão), o total chega a R$ 4,4 bilhões pagos a falecidos em 24 anos.

Pagamentos continuam acontecendo

Somente em fevereiro de 2025, foram identificados R$ 21,2 milhões em benefícios previdenciários pagos a mais de 11 mil pessoas que constam como mortas no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.

No mesmo mês, o cruzamento de dados também detectou R$ 3,6 milhões pagos a 650 servidores, aposentados ou pensionistas já falecidos.

Os números são alarmantes e escandalosos. Uma certidão de óbito deveria comunicar automaticamente o INSS para cessar o benefício, mas isso não ocorre”, afirmou o ministro Bruno Dantas.

Falhas atingem outros programas sociais

A auditoria também encontrou pagamentos irregulares no Bolsa Família. Em fevereiro, 971 pessoas já falecidas receberam o benefício, somando cerca de R$ 580 mil.

TCU recomenda mudanças

Para corrigir o problema, o TCU recomendou a regularização do banco de dados do Sirc, maior integração entre os sistemas de cartórios, INSS e outros órgãos, além do cruzamento automático de informações com diferentes bases de dados.

“Como nação, falhamos em integrar os sistemas de forma eficiente”, completou Dantas.

Fonte: globo.com

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