O recorde de emprego no Brasil, registrado no trimestre encerrado em outubro de 2023 (com 103,6 milhões de pessoas empregadas), foi impulsionado tanto pelos postos com carteira assinada quanto pelos empregos sem carteira. O número de empregados no setor privado com carteira assinada atingiu 39 milhões, o maior da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. Este aumento foi de 1,2% em relação ao trimestre anterior e 3,7% na comparação com o ano passado.
Os empregos sem carteira também atingiram um recorde, com 14,4 milhões de pessoas ocupadas nesse tipo de trabalho. A alta foi ainda mais expressiva que a dos empregos com carteira: 3,7% em relação ao trimestre anterior e 8,4% na comparação anual. O crescimento desses empregos informais foi influenciado pela expansão da construção civil e de outros serviços, como explicou a pesquisadora do IBGE, Adriana Beringuy.
A população informal, que inclui tanto trabalhadores sem carteira quanto autônomos sem CNPJ, chegou a 40,3 milhões, com um crescimento de 2,1% em relação ao trimestre anterior, superando o aumento de 1,5% da população ocupada total. A taxa de informalidade ficou em 38,9%, um leve aumento em relação ao 38,7% do trimestre anterior, mas abaixo dos 39,1% registrados no mesmo período de 2023.
Setores como indústria (+2,9%), construção (+2,4%) e outros serviços (+3,4%) se destacaram na geração de postos de trabalho no trimestre. Comparando com o ano passado, houve crescimento em diversos setores, com destaque para a indústria (+5%), construção (+5,1%), comércio (+3,3%), transporte e armazenagem (+5,7%), informação e comunicação (+4,5%), e outros serviços (+7,2%). A agricultura foi o único setor com queda (-5,3%).
Outro recorde registrado foi o nível de ocupação, que chegou a 58,7%, a maior taxa desde o início da série histórica.
A taxa de desemprego caiu para 6,2%, a menor desde 2012, representando uma redução em relação aos 6,8% do trimestre anterior e 7,6% de outubro de 2022. A população desocupada foi de 6,8 milhões, o menor número desde 2014.
O rendimento médio real do trabalhador ficou em R$ 3.255, um crescimento de 3,9% em relação ao ano passado, enquanto a população subutilizada (que inclui desempregados e subempregados) caiu para 17,8 milhões, a menor desde 2015. A taxa composta de subutilização também caiu para 15,4%, o menor nível desde 2014.
Por fim, a população desalentada, que desistiu de procurar emprego, totalizou 3 milhões, a menor desde 2016.
Fonte: Agência Brasil