O colapso da ponte Juscelino Kubitschek, que ligava Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), completou um mês e deixou um rastro de prejuízos econômicos e sociais. A tragédia, que resultou em 17 desaparecidos – dos quais 14 já foram encontrados sem vida –, interrompeu o fluxo de mais de 2 mil carretas por dia na BR-226, rota essencial para o escoamento de grãos como soja e milho entre estados como Mato Grosso, Tocantins, Piauí e Pará.
A paralisação no transporte rodoviário gerou um efeito cascata nos setores econômicos locais. Empresários relatam quedas de até 90% no faturamento, enquanto postos de combustíveis, lojas de peças e serviços, e até pequenos comércios enfrentam demissões e fechamento de unidades. Bernardo Maciel, vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Estreito (Acisape), destacou que empresas estão buscando alternativas como transferência de operações para outras cidades, como Balsas (MA) e Araguaína (TO), para sobreviver.
Empresas menores, que não conseguem se relocar, enfrentam uma situação crítica. Tiago Wendler, proprietário de um comércio de peças para caminhões, revelou que sua empresa reduziu o faturamento em 80%, recorrendo a férias coletivas e adiamento de pagamentos para manter os negócios funcionando. "O que estamos vivendo é sem precedentes, precisamos de medidas urgentes para evitar mais demissões", afirmou.
Além do impacto econômico, as buscas por três desaparecidos ainda estão em andamento, utilizando drones e embarcações, uma vez que o aumento da vazão do Rio Tocantins inviabilizou operações de mergulho.
Para mitigar os danos, moradores e empresários pedem a criação de um fundo emergencial similar ao adotado em crises como as enchentes no Rio Grande do Sul. Enquanto isso, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) autorizou o repasse de R$ 793 mil para Estreito e R$ 397 mil para Aguiarnópolis, destinados a ações de defesa civil.
O uso de balsas para transporte provisório de veículos e pedestres é uma das soluções aguardadas. Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), as operações dependem da finalização de licenças e adaptações nos atracadouros, com previsão de início imediato após as obras.
Enquanto as autoridades trabalham em soluções temporárias, o impacto da tragédia continua transformando a rotina das cidades afetadas, exigindo esforços conjuntos para retomar a normalidade.
Fonte: Com informações da Agência Brasil