Arte e Cultura

Maestro Aurélio Melo nega irregularidades em contratos e chora ao cogitar fim da Orquestra

Eles alegam que não foram chamados pela PMT para discutirem sobre o projeto e apontam que o diálogo seria a solução para o impasse.

Da Redação

Quinta - 13/05/2021 às 14:59



Foto: Reprodução internet O encerramento da entrevista teve apresentações de dança e música
O encerramento da entrevista teve apresentações de dança e música

Representantes da Associação dos Amigos da Orquestra Sinfônica de Teresina (AAOST) e da Associação dos Amigos do Balé da Cidade concederam entrevista coletiva nesta quinta-feira, 13, na Central de Artesanato, para falar sobre o rompimento do contrato com a prefeitura de Teresina.

Eles alegam que não foram chamados pela PMT para discutirem sobre o fim do contrato e apontam que o diálogo seria a solução para o impasse. O maestro Aurélio Melo, presidente da AAOST, confessou sua preocupação com a situação dos músicos e funcionários que podem perder o emprego. "Estou regendo a pior sinfonia da minha vida, uma sinfonia macabra, que é lidar com 76 famílias desempregadas".

Ele afirmou que não há desvios de finalidades nos recursos repassados pela PMT. Segundo ele, 95% dos R$ 400 mil repassados mensalmente são usados para o pagamento de salários de músicos e funcionários dos projetos.

"95% do valor que recebemos da prefeitura é destinado ao pagamento dos artistas, 5% é para a manutenção. Não tem como a gente tirar nada. Certas acusações que foram feitas são maldosas, tentando manchar a reputação de pessoas", destacou o vice-presidente da AAOST Hilson Costa.

Disse ainda que a maior parte dos instrumentos da Orquestra foram adquiridos através de convênios com empresas e instituições nacionais e internacionais, sem apoio direto da Prefeitura.

Os músicos também criticam o sistema de bolsas proposto pela prefeitura. "O artista não vai ter mais seus direitos trabalhistas, que ele conquistou à duras penas. Vai receber uma bolsa, ficar na condição de estudante. Se ele quiser pagar o INSS vai ter que pagar do seu dinheiro", avaliou Hilson Costa.

O maestro Aurélio Melo se emocionou ao falar da possibilidade da Orquestra Sinfônica encerrar suas atividades após o fim do contrato de gestão com a Prefeitura. Segundo ele, a nova formatação defendida pela gestão municipal pode inviabilizar o projeto.

"O que fica é essa dor, principalmente minha, de que o que nós fizemos para a cidade, através da música, não valeu a pena fazer. A orquestra está ameaçada. Como é que você vai manter uma Orquestra sem pagamento? A prefeitura disse que mantém. Mas manter como? Com os mesmos direitos? Vai ser a mesma coisa eles sendo bolsistas?", questionou o maestro. O encerramento da entrevista teve apresentações de dança e música.

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