O Instituto Olho d’Água (IOd’Á), localizado no município de Coronel José Dias, na região da Serra da Capivara, no Piauí, recebeu o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, um dos maiores reconhecimentos do patrimônio cultural brasileiro, concedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A premiação deste ano teve como tema “Patrimônio Cultural, Territórios e Sustentabilidade” e destacou iniciativas de cooperativas, associações e coletivos da sociedade civil de todo o país.
O IOd’Á foi premiado pelo projeto “Serra da Capivara: territórios de memórias e saberes ancestrais”, criado para proteger a memória da região, fortalecer o Centro de Memórias dos Povos da Serra da Capivara (CeMemo) e apoiar a transmissão dos conhecimentos tradicionais que sustentam o território. O trabalho tem como base a participação ativa da comunidade, que mantém vivo um museu social alimentado pelas próprias práticas culturais locais.
"Esse prêmio celebra todas essas pessoas e reafirma que a memória da nossa comunidade se renova, une, transforma, cria sentimento de orgulho de ser filho e filha das serras e ilumina o futuro que seguimos construindo na Serra da Capivara", diz a fundadora do Instituto, Marian Rodrigues.
Entre as ações desenvolvidas, destacam-se as oficinas de bordado, cerâmica e fibras da caatinga, as atividades educativas para crianças e jovens e o turismo cultural de base comunitária. Essas iniciativas são fundamentais para fortalecer a identidade dos povos da Serra da Capivara e garantir que tradições ancestrais continuem sendo transmitidas entre gerações.
Um dos resultados mais expressivos do projeto é o protagonismo das mulheres bordadeiras da região. Com suas práticas artesanais, elas têm ampliado a autonomia financeira, gerado renda para suas famílias e mantido vivo um vasto patrimônio de saberes ancestrais que faz parte da história local.
Ao longo de mais de dez anos, o Instituto Olho d’Água construiu, com colaboradores, voluntários, pesquisadores, parceiros e moradores, um legado que resgata, preserva e ressignifica a memória dos povos das serras. Os espaços do Instituto contam, em cada detalhe, um capítulo dessa trajetória coletiva de valorização cultural.
A conquista do prêmio, segundo o Instituto, celebra todas as pessoas envolvidas no projeto e reafirma que a memória da comunidade segue viva, em constante transformação. É um reconhecimento que fortalece o sentimento de pertencimento e orgulho de ser filho e filha das serras, iluminando o futuro que está sendo construído na Serra da Capivara.
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