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Matias Olímpio: escola quase centenária vai fechar na zona Norte de Teresina

Estudantes e professores tentam evitar fechamento do Matias Olímpio

Segunda - 08/12/2025 às 19:34



Foto: Moacir Ximenes Unidade Escolar Matias Olimpio, na Zona Norte de Teresina
Unidade Escolar Matias Olimpio, na Zona Norte de Teresina

 A confirmação de que o Colégio Estadual Matias Olímpio, na zona Norte de Teresina, pode encerrar as atividades após quase um século provocou um sentimento de luto entre professores, alunos e moradores do bairro. A decisão, comunicada pela Secretaria de Estado Educação na última semana, pegou a comunidade de surpresa e desencadeou uma mobilização urgente para tentar impedir que a escola feche.

Entre os mais impactados está o professor Michael Jackson, servidor da instituição há 14 anos, que descreve a notícia como “uma perda irreparável”. Para ele, a relevância do Matias Olímpio extrapola a sala de aula. 

 A minha relação com o colégio Matias Olímpico já dura 14 anos […] imaginar o Matias Olímpico fechando é uma coisa muito dolorosa para mim, é uma sensação de perda irreparável. A escola é de extrema importância para o bairro por ser um local que acolhe muitos alunos PCDs, é uma escola inclusiva que sempre atende muitos alunos surdos. Sempre teve curso de libras gratuitamente para quem quisesse aprender […] Então, é uma história que está sendo apagada, é uma história que está sendo reformulada.

 A Secretaria informou que alunos e docentes serão redistribuídos para outras unidades, mas a justificativa apresentada — a queda no número de matrículas — não convenceu a comunidade. Segundo o professor, esse argumento desconsidera oscilações naturais no fluxo escolar e ignora o peso simbólico da instituição. Ele afirma que vê o fechamento como uma dor profunda e inesperada, algo que nunca imaginou enfrentar após tantos anos de serviço à escola. Michael descreve o impacto pessoal como uma espécie de ruptura identitária.

 A gente sabe que a educação corresponde também às safras, mas você apagar uma escola é uma dor muito grande. É algo que eu particularmente não imaginava que fosse acontecer. O meu sentimento é de luto, é como se eu tivesse perdido um ente querido. A escola fechando é como se uma parte de mim também estivesse fechando junto.

 Na tarde desta segunda-feira (8), professores, ex-alunos, lideranças do bairro e frequentadores da escola se reuniram em uma espécie de célula de mobilização para ampliar o abaixo-assinado que busca impedir o fechamento da unidadeJackson também comentou sobre a reunião realizada na escola.

  A nossa reunião foi uma espécie de célula com o objetivo de criar multiplicadores e agregar o abaixo-assinado que foi criado. Estavam presentes lideranças políticas do bairro, moradores e ex-alunos. A gente tem pelo menos uma semana para tentar reunir o máximo de assinaturas. Provavelmente vai ser marcado algum tipo de passeata ou manifestação.

 A comunidade agora concentra esforços nos próximos dias, com a meta de reunir o maior número possível de assinaturas e pressionar o governo a rever a decisão. O professor contou que a comunidade pretende organizar uma passeata ou alguma manifestação para pedir a permanência da escola, ressaltando que essa seria “a última cartada” do grupo.

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