Brasil

TSE confirma investigação de rede de fake news que envolve Jair e Carlos Bolsonaro

Jair Bolsonaro e o filho terão que se manifestar sobre o caso e, em caso de condenação, o processo poderá levar à cassação do registro ou do mandato da chapa presidencial

Da Redação

Quinta - 20/10/2022 às 19:17



Foto: Forum Bolsonaro e o filho Carlos são acusados de manter uma indústria de fake news
Bolsonaro e o filho Carlos são acusados de manter uma indústria de fake news

Reuters - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou nesta quinta-feira a abertura de um processo de investigação sobre uma rede de fake news para atacar o candidato do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apuração que tem como alvos o presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), o filho dele, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos).

A maioria dos ministros confirmou a decisão liminar de terça-feira do corregedor-geral da Justiça Eleitoral, Benedito Gonçalves, que suspendeu até o dia 31 de outubro a monetização de canais bolsonaristas no Youtube e proibiu o impulsionamento pago na internet das empresas responsáveis pelos canais de qualquer conteúdo político-eleitoral, especialmente envolvendo Bolsonaro, Lula, partidos e apoiadores de ambos.

Entre outras medidas adotadas, Bolsonaro e o filho também terão de se manifestar sobre o caso. Em caso de condenação, esse tipo de processo poderá levar à cassação do registro ou do mandato da chapa presidencial. A ação foi movida pela chapa petista ao sustentar que há um ecossistema que atua de forma coordenada para atacar Lula.

Nesta quinta, Gonçalves defendeu o prosseguimento das investigações ao afirmar que haveria indícios de uma atuação massificada e que isso pode, em tese, desequilibrar a disputa eleitoral.

"São nefastos os efeitos (dessa atuação) para a formação da vontade eleitoral que depende do ambiente sadio onde divergências podem ser apresentadas com respeito aos fatos", disse.

O corregedor-geral, entretanto, ressaltou que não estava antecipando o julgamento final do caso. "O exame não se confunde com aquele realizado no julgamento de mérito e não estou aqui antecipando qualquer conclusão final que deverá avaliar em concreto os efeitos das condutas praticadas a fim de estabelecer se são graves o suficiente para conduzir à cassação de registro ou diploma e a inelegibilidade", avaliou.

O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, disse que a excepcionalidade de suspender a monetização dos sites tem caráter inibitório e poderá ser revista a qualquer momento. Ele lembrou que a atuação desse grupo tem sido investigada também pelo Supremo Tribunal Federal --em um inquérito conduzido por ele.

"Temos quase duas dúzias de pessoas que vêm sendo investigadas pelo Supremo Tribunal Federal exatamente porque fazem isso, montaram um chamado gabinete do ódio", considerou.

Fonte: Reuter/247

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: